Simone Biles volta a elogiar desempenho de Rebeca na Olimpíada de Paris

Camila Pazini Por Camila Pazini
4 min de leitura
Foto de destaque: Simone Biles e Rebeca Andrade durante Olimpíada em Paris (Reprodução/Rodolfo Buhrer/Eurasia Sport Images/Getty Images Embed)

A repercussão da ginástica artística nestes Jogos de Paris e seus desdobramentos está longe de acabar. Competidoras nas provas de ginástica artística, Rebeca e Simone Biles, continuam demonstrando o respeito que uma tem pela outra após a final da competição olímpica. Em entrevista recente à emissora norte-americana, Simone reforçou essa admiração pela colega de ofício e não poupou elogios à atuação da brasileira na Olimpíada de Paris. 

O espírito esportivo

Desde o começo da competição, o pódio da ginástica artística foi de Biles e Rebeca. A norte-americana vencendo em quase todas as provas, mostrando sua consistência e habilidades num nível que extrapolou as expectativas e a deixou em primeiro lugar em quase todas as provas. Mas Rebeca mostrou resiliência, se tornando a maior medalhista brasileira na história e só aguardando o seu momento para ficar no centro do pódio. Demorou um pouco, mas durante a prova de solo, Rebeca atingiu seu objetivo, fazendo história e fechando sua participação na modalidade com chave de ouro, literalmente. 

Além da reverência prestada pelas adversárias que foi registrada após a prova, Simone Biles levou a derrota no aparelho que mais domina na esportiva, fazendo questão de elogiar a brasileira e sua história inspiradora em entrevistas. 

A ginástica é um esporte muito difícil. A Rebeca Andrade sofreu três rupturas do ligamento cruzado colateral no joelho. Ver ela voltar e ganhar uma medalha de ouro é simplesmente fenomenal“, disse a ginasta norte-americana em entrevista à NBC. 


 Rebeca Andrade ganhando seu primeiro ouro nos Jogos de Paris e sendo reverenciada pelas adversárias. (Foto: reprodução/Elsa/Getty Images Embed)


A história do esporte é muito diferente em solo brasileiro. Enquanto nos Estados Unidos existe um incentivo maior, no Brasil, focamos no futebol, preterindo as outras modalidades esportivas.

Saindo desse contexto, as vitórias de Rebeca foram de um ouro simbólico, até que ela conquistou a medalha efetiva no solo, e pudemos ver as adversárias reverenciando a brasileira no pódio, composto interinamente por mulheres negras. Junto com Bia Souza no judô, Rebeca foi outra mulher que mostrou resiliência e habilidade nos jogos de Paris, levando o ouro de volta para casa. 

A trajetória inspiradora de Rebeca Andrade

Inspirada por Daiane dos Santos, a história de Rebeca começou com muitas dificuldades para atingir seu sonho. O treinador Chico Porath chegou a abrigar a ginasta em sua casa para que ela conseguisse participar dos treinos, já que o deslocamento até o ginásio era um empecilho. Ainda adolescente, Rebeca teve que passar por três cirurgias devido a lesões de ruptura no ligamento do joelho. O que poderia fazê-la desistir, mas não foi isso que aconteceu e pudemos presenciar toda a sua garra ao representar o país em Paris. 


Rebeca durante participação nos Jogos de Paris (Foto: reprodução/Rodolfo Buhrer/Eurasia Sport Images/Getty Images Embed)


A primeira lesão foi um agravante para a saída da competição nos Jogos Pan-Americanos em Toronto (2015). Dois anos depois, no Mundial de 2017, a ginasta teve que passar novamente por processo cirúrgico, e nos Jogos de Tóquio, em 2020. Apesar de conquistar duas medalhas, sendo uma de ouro no salto e outra de prata no individual geral, Rebeca também passou por outra cirurgia.

Mesmo exigindo muito de seu corpo, ela não decepcionou e conquistou quatro medalhas neste ano, firmando seu nome na história dos jogos olímpicos. Assim como Daiane dos Santos foi um norte para que ela seguisse em busca do sonho olímpica. Agora Rebeca é uma inspiração para as próximas gerações de ginastas brasileiras.

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