A indústria da moda deve se preparar para mudanças profundas como abandonar o uso do couro animal e evitar desperdícios, afirma a estilista britânica que estava presente na COP26.
“Acho que sou uma das poucas estilistas aqui. E, infelizmente, somos uma das indústrias mais nocivas para o meio ambiente”, comentou ela em entrevista à Agence France-Presse nesta quarta-feira (03/11) em Glasgow.
Por ter um estilo de vida baseado no veganismo, a filha do ex-Beatle Paul McCartney não trabalha com artigos de couro, apesar das críticas dos colegas.
Em reconhecimento ao seu belo trabalho, O Kelvingrove Museum and Art Gallery está homenageando a designer de moda com uma exposição dos materiais com os quais sua empresa vem trabalhando ao longo dos anos. Entre eles, o micélio, extraído diretamente de fungos para substituir a pele, com o qual podem ser confeccionados sapatos, bolsas, cintos ou qualquer artigo que antes era confecionado a partir do couro.
Nos referindo agora ao NuCycl, podemos citar que é uma tecnologia capaz, segundo seus criadores, de reciclar infinitamente qualquer tipo de resíduo têxtil, seja natural, como o algodão, ou artificial, como o poliéster.
Stella McCartney (Foto: Reprodução/ Alô Bahia)
“Vim aqui para mostrar o futuro da moda e para mostrar a todos simplesmente que existe uma outra maneira de fazer as coisas, usando tecnologia e jovens startups“, afirma Stella McCartney à AFP.
De acordo com os cálculos do World Resources Institute (WRI) A moda é o terceiro maior setor manufatureiro do planeta, respondendo por entre 2% e 8% das emissões de carbono
“As pessoas vestem roupas da moda no máximo três vezes antes de jogá-las fora. E isso significa mais de 500 bilhões de dólares em desperdício. Para mim, essa é uma oportunidade de negócio“, diz a estilista.
“Temos que fazer as pessoas entenderem que centenas de milhões de animais são mortos todos os anos para a indústria da moda”, denuncia. “Quem quer trabalhar em um matadouro?“, questiona
Foto destaque: Stella McCartney. Reprodução/Lilian Pacce