Marc Jacobs é conhecido por ser um veterano de moda e ter comandado a Louis Vuitton por 16 anos até lançar sua grife própria. Nesta segunda-feira (1), o estilista nova-iorquino apresentou sua nova coleção intitulada “joy, period” (alegria, ponto final) que cativou muitas emoções de quem assistia.
O espetáculo aconteceu na Biblioteca Pública de Nova York e foi feito para o inverno de 2024. Pode parecer coincidência, mas a escolha de Marc ter sido uma biblioteca pública, nas vésperas do feriado de independência dos EUA (4 de julho) e em um período eleitoral com um crescimento significativo da extrema-direita, não é coincidência. A escolha reflete o mundo perfeito na imaginação de Marc Jacobs.
Alegria, ponto final
O desfile durou apenas seis minutos, mais do que suficientes para deixar uma forte impressão. Tinha a Marilyn Monroe em seu vestido icônico de “O Pecado Mora ao Lado” de 1955, ao lado de Minnie Mouse em seu vestido assinatura vermelho pontilhado em branco.
Em uma releitura da obra clássica usada por Marilyn, o estilista optou por eternizar o símbolo e momento mais icônico do vestido, sua levantadinha quando o metrô passa por debaixo dela. Dessa vez, o vestido é estruturado e não fluido como o dela, o bustiê remete diretamente ao vestido, mas também tem um estilo mais arquitetônico, com mais sustentação, alças maiores e sem o toque de delicadeza do laço original.
Para olhos treinados, é possível que ainda houvessem mais referências, mas sem dúvidas é uma coleção digna do guarda-roupa de uma personagem principal.
Referências e detalhes
Celebrando 40 anos de marca, o designer nova-iorquino buscou referências no passado e deu a elas sua nova perspectiva, inclusive transformando as modelos em bonecas de papel (aquelas em que se recortava as roupinhas e sobrepunha à boneca desenhada no papel).
Grande parte das peças da coleção eram oversized, acompanhadas de cílios maiores do que a vida, e sapatos com um visual exagerado ou com detalhes marcantes.
A coleção também brinca bastante com a geometria das peças e ângulos que acompanhem o movimento natural do corpo, de maneira a manter a integridade da peça mesmo em movimento, assemelhando-se ainda mais as clássicas bonecas de papel.
Até mesmo o biquíni de bolinha amarelinha marcou presença, porém dessa vez não só ele cabia na mão como mal cabia na modelo devido a seu tamanho exagerado.
Jacobs optou por se aventurar nos cortes, os que eram curtíssimos e até mesmo os que tinham a cauda da saia mais comprida atrás, faziam as modelos parecerem gigantes, grandes protagonistas que não era possível desviar o olhar.