Paredes se tornam passarelas: a Alta-Costura de Iris van Herpen

Marina Camarotti Por Marina Camarotti
4 min de leitura
Foto Destaque: Coco Rocha em desfile da Iris Van Harpen (Reprodução/Emmanuel Durand/ Getty Images Embed)

A menos de um mês das Olimpíadas de Paris, no mesmo cenário da semana de alta-costura, Iris Van Herpen funde elementos de exposição de arte com o imaginário das deusas do Olimpo, inspiradas na cultura grega, assim como os Jogos Olímpicos.

Outras maisons, como a Dior, também incorporaram elementos que homenageiam o Olimpo. A marca comandada por Maria Grazie Chiuri invoca tal estética a partir de com túnicas brancas simples amarradas na cintura, e sandálias baixas com tirar até os joelhos.


Peça desfilada no último desfile de alta-costura da Dior (Foto: reprodução/Stephane Cardinale-Corbis/ Getty Images Embed)


No entanto, Van Herpen trouxe a referência de maneira inovadora, permanecendo fiel ao estilo característico de sua marca.


Vídeo da grife Iris Van Herpen apresentando a coleção (Foto: reprodução/Instagram/@irisvanherpen)


A grife holandesa fez uma ode às musas do Olimpo, que na mitologia grega são nove, assim como a coleção, que também exibe o mesmo número de looks.

Mantendo suas características comuns, como a modernidade e o caráter etéreo, a maison explora a mitologia grega de forma nada óbvia.

Iris Van Herpen

Desde o lançamento de sua marca homônima em 2007, Iris van Herpen tem desafiado consistentemente os limites da moda. Combinando artesanato tradicional e inovações tecnológicas avançadas, suas criações não apenas transcendem as convenções estéticas, mas também redefinem o conceito de vestuário como arte. Cada peça é uma fusão harmoniosa de escultura e funcionalidade, estabelecendo uma marca distintiva no cenário da moda contemporânea.

Em sua nova coleção, quis trazer um novo lado seu, o amor pela escultura e pintura, como disse a designer durante a apresentação de sua coleção.

“Pude perceber a abordagem interdisciplinar em todo o meu trabalho, mas faltava algo que sempre fez parte de mim: meu amor pela escultura e pela pintura”

Iris Van Herpen

Iris van Herpen sempre cultivou a interdisciplinaridade em seu trabalho, expandindo para além da moda ao incorporar sustentabilidade, tecnologia e arquitetura. Recentemente, ela explorou uma nova faceta ao integrar pintura e escultura em suas criações, ampliando ainda mais os limites do que pode ser alcançado na moda contemporânea.

Musas do Olimpo

A coleção, de maneira discreta homenageia as figuras das musas do olimpo, presentes na mitologia grega.

Cada musa é conectada a uma ciência ou arte específica, como música, dança, poesia. Abençoadas com talentos artísticos extraordinários, elas também possuem grande beleza, graça e fascínio.


Musa – Wikipédia, a enciclopédia livre
Quadro Musas dançam com Apolo de Baldassare Peruzzi (Foto: reprodução/Wikipédia)

Outro fator são os looks fazem alusão a deusas específicas da mitologia grega. Por exemplo, muitos traços são inspirados em borboletas, que simboliza a musa Psyche, que foi transformada em uma borboleta após se casar com Eros, o deus do amor


Iris Van Herpen
Look Iris Van Herpen inspirado em borboletas (Foto: reprodução/Instagram/@irisvanherpen)

Além disso, a maneira como foram apresentadas é semelhante à forma como as esculturas gregas são expostas em museus.


Sala das Cariátides no Louvre (Foto: reprodução/Wikipédia)

No Museu do Louvre, localizado em Paris, sede da alta-costura e das Olimpíadas de 2024, há uma sala dedicada ao helenismo conhecida como Sala das Cariátides. A disposição das obras nessa sala lembra bastante o desfile de Iris Van Herpen, que demonstram movimento de maneira estática.

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