Trump promete cortar tarifas e agita o mercado global do café
Anúncio do presidente dos EUA pode derrubar os preços do café e redefinir a relação comercial entre os EUA e principais exportadores mundiais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o governo norte-americano reduzirá as tarifas impostas sobre importações de café, conforme afirmou em entrevista à Fox News nesta terça-feira (11). A fala ocorre em meio às negociações comerciais com países exportadores do grão, entre eles Brasil, Colômbia e Vietnã.
Os preços do café no varejo americano registraram alta de quase 21% em agosto, em relação ao ano anterior, e as taxas aplicadas sobre grãos importados são apontadas como uma das causas.
Brasil entre os mais atingidos
Em julho, o Brasil enfrentou uma das maiores alíquotas de importação de café nos Estados Unidos, chegando a cerca de 50%; o Vietnã pagou em torno de 20%, e a Colômbia, 10%. Os EUA dependem quase totalmente de café importado — mais de 99%, segundo a Associação Nacional do Café. O Brasil é o principal fornecedor, responsável por cerca de 30,7% do volume, seguido pela Colômbia (18,3%) e pelo Vietnã (6,6%).
Trump diz que vai reduzir tarifas sobre café (Vídeo: reprodução/YouTube/Jovem Pan News)
No mesmo dia, o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o senador norte-americano Marco Rubio, à margem do encontro de ministros das Relações Exteriores do G7, no Canadá. Segundo o Itamaraty, a conversa abordou as tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros, em vigor desde outubro, e os esforços para retomar o diálogo comercial entre os dois países.
Anúncios esperados
Após a entrevista de Donald Trump, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o governo pretende fazer “anúncios substanciais” nos próximos dias para reduzir preços de itens como café e bananas, produtos em grande parte importados. Segundo ele, as medidas fazem parte de um plano mais amplo para aliviar a pressão sobre o custo de vida e conter os efeitos da inflação que ainda afetam o consumo interno norte-americano. A proposta, segundo fontes da Casa Branca ouvidas pela imprensa local, incluiria ajustes tarifários pontuais e incentivos para importadores.
Economistas avaliam que o alívio tarifário pode ter reflexos rápidos nas prateleiras, especialmente em redes varejistas que dependem de importações diretas. As medidas também estão sendo acompanhadas por exportadores brasileiros como uma possível oportunidade de ampliar os embarques para os EUA. No entanto, analistas ressaltam que ainda não há cronograma oficial para as mudanças, que podem depender do ritmo político em Washington nas próximas semanas.
