Cálculo de R$ 1,65 bilhão em prejuízos causados pelo apagão em São Paulo não está de acordo com a realidade

O valor não considera as perdas de estoque, especialmente de alimentos perecíveis

Helene Ferreira Por Helene Ferreira
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Foto destaque: São Paulo sofre com perdas após apagão (Reprodução/AFP/Getty Images Embed)

O apagão que impactou São Paulo e parte da região metropolitana na última sexta-feira (11) teve como consequência um prejuízo estimado de R$ 1,65 bilhão para os setores de varejo e serviços. Entretanto, segundo André Sacconato, assessor econômico da FecomercioSP, esse montante pode ser interpretado como não refletindo sua verdadeira magnitude.

André Sacconato, concedeu entrevista ao CNN 360° nesta terça-feira (15). Em sua entrevista, o economista afirmou que o cálculo atual considera apenas o que esses setores deixaram de faturar nos últimos quatro dias: “Na realidade, existe ainda toda aquela perda, por exemplo, de estoque, que bares, alguns restaurantes e alguns supermercados e lojas de conveniência têm nos seus freezers”.

Vale lembrar que a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) entrou com uma ação coletiva contra a Enel devido ao apagão que afetou a capital paulista. Cerca de 50% dos 155 mil estabelecimentos foram afetados pelo apagão. 


São Paulo enfrenta prejuízo causado por apagão (Foto: reprodução/
NELSON ALMEIDA/ Getty Images Embed)


A ação busca uma indenização de R$ 20 mil por danos materiais e morais para cada estabelecimento afetado. Os bares e restaurantes enfrentam prejuízos significativos com a perda de alimentos perecíveis e cancelamentos de eventos.

Consequências diretas do apagão em São Paulo na campanha de Nunes e Boulos

As próximas pesquisas de voto representarão as consequências das explicações apresentadas por cada campanha a respeito da responsabilidade do apagão. Nunes acusa o governo federal e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de não realizarem corretamente as fiscalizações para evitar o ocorrido.

Boulos esteve em locais afetados pela ventania e projeta a responsabilidade na prefeitura, assim atacando a imagem do prefeito.

Primeiro debate do 2º turno

O debate da TV Bandeirantes para a Prefeitura de São Paulo, entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), focou nas discussões sobre a crise de falta de energia que tem afetado a cidade desde a semana anterior.

Esse apagão tem dois grandes responsáveis: a Enel, que é uma empresa que presta um serviço horroroso, e que eu como prefeito de São Paulo, a partir de 1º de janeiro, vou trabalhar pra tirar ela daqui. E o Ricardo Nunes. Porque não fez o básico, o elementar, a lição de casa. Poda de árvore na cidade de São Paulo, manejo arbóreo, e olha que a gente teve um apagão há menos de um ano”, afirmou Boulos.

Os dois candidatos utilizaram a situação como cenário para trocar farpas em rede nacional.

Comunicóloga, jornalista e estudante de Letras.
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