Ação da Magalu é a mais valiosa dos últimos cinco anos

Hugo Gervásio Por Hugo Gervásio
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No período do início de 2016, tivemos a taxa Selic em 14,5%. O cenário não parecia dar indícios de que cinco anos depois a taxa desceria para apenas 2%, em agosto de 2020. E isso fez com que o investidor brasileiro encontrasse caminho pavimentado para movimentar cada vez mais suas ações, principalmente em renda fixa.

A alta nos investimentos colaborou para retornos significativos na maioria das ações da Ibovespa, tendo como principais papéis valorizados os de Magazine Luiza (7.084,62%), Vale (441,94%), Weg (462,64%), Grupo NotreDame (292,39%) e Natura & Co (226,22%.).

Não foi só a queda da Selic que marcou a história do mercado nesses últimos cinco anos. Também teve a queda de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, em 2016, o que fez a B3 acionar seu primeiro circuit breaker “100% nacional”, conhecido como “Joesley Day”, fazendo com que a Ibovespa caísse mais de 10%. Também teve a greve dos caminhoneiros de 2018, a posse de Jair Bolsonaro e a própria pandemia do novo coronavírus.

Por mais que o Brasil tenha passado por todos esses pormenores, houve uma valorização expressiva dos papéis nacionais. E quem puxa essa fila é a Magalu (MGLU3), que obteve, nesses últimos cinco anos, participação de 2,6% na carteira e valorização de 7.084,62%. A Forbes ouviu Alexandre Jung, sócio-diretor da Acqua-Vero, que ressaltou a mudança estratégica da empresa para o alcance deste sucesso:  

“A Magazine Luiza deixou de ser uma varejista de eletroeletrônicos para entrar no ramo das fintechs, ter receita proveniente de crédito e trabalhar com um grande marketplace, que não necessariamente utiliza capital próprio”, comentou Alexandre Jung.

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Jung também destaca que as pessoas estão sempre precisando do mercado varejista dentro da cultura brasileira: “Independente de crise, as pessoas estão sempre crescendo, se casando, se separando e indo morar sozinhas”, afirma.

A Revista Forbes também ouviu Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, que opina dizendo que o sucesso da Magazine Luiza se deve ao fato de, apesar da empresa ter mudado sua estratégia e se expandido, ter mantido sua essência de varejista:

“O Brasil acabou pecando por não conseguir criar gigantes de tecnologia. Essas empresas são de mais alto crescimento e mais resilientes a ciclos de crise”, ressalta.

Ainda de acordo com analistas consultados pela Forbes, a valorização da Magalu tem ligação com a “criança do market place dentro da empresa e serviços de inovação e crédito que se assemelham à fintechs, além do setor varejista”.

No ano de 2014, a empresa de Luiza Trajano desenvolveu o “Luiza Labs”, repartição direcionada à área técnológica, a exemplo de omo machine learning, big data, cloud e mobile. A expansão da Magalu foi tamanha que a empresa, nos últimos anos, se mostrou uma verdadeira investidora de outras empresas. Um exemplo é a aquisição da Logbee, que realiza trabalhos de entrega de produtos e logística. Outro ponto forte foi a compra do site KaBuM, focado em informática, games e tecnologia, numa negociação avaliada em R$ 3,5 bilhões.

Autor: Hugo Gervásio

Fonte: Forbes

Foto destaque: (Divulgação/Instagram/Magalu)

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