De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), publicada nesta quinta (30), o Brasil atingiu marcas históricas no trimestre encerrado em outubro. A taxa de desemprego caiu a 7,6%, ou 8,3 milhões de pessoas. Dessa forma, o país registrou a menor marca absoluta desde o início de 2015, quando bateu 7,5% de desocupados.
A quantidade de ocupados mostrou-se um dado ainda mais significativo: 100,2 milhões de trabalhadores, o maior contingente desde o primeiro trimestre de 2012.
Desemprego em queda
O relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra a resiliência do trabalhador brasileiro. A taxa de desocupação mostrou queda de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, encerrado em julho. Já referente ao mesmo período do ano passado, a diminuição foi de 0,7 ponto percentual.
O resultado de 7,6% ainda ficou abaixo da expectativa da Reuters: 7,7%.
Carteira assinada
O número de empregados com carteira assinada no setor privado subiu, batendo a marca de 37,6 milhões, maior contingente desde junho de 2014. Em relação ao trimestre anterior, houve um crescimento de 1,7%, ou 620 mil pessoas a mais.
Comparando com o mesmo período de 2022, são mais 992 mil empregos com carteira assinada.
Número de emprego com carteira assinada chega a mais de 37 milhões de pessoas (Foto: reprodução/G1)
A porcentagem de pessoas trabalhando em nível de ocupação, isto é, idade para trabalhar, chegou aos 57,2%, uma alta de 0,44 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. A taxa de subutilização – subocupados por insuficiência de horas, somados aos desocupados, mais a força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada – desceu a 20 milhões de pessoas, ou 17,5%.
É a menor taxa desde o final de 2015. O rendimento real habitual – receita recebida sem descontos ou acréscimos esporádicos – teve alta de 1,7% em relação ao trimestre anterior. A massa nacional desse número chegou a 295 bilhões de reais, mais um recorde da série.
Explicativa e alerta
Entretanto, Adriana Beringuy, coordenadora da PNAD, entende que a recuperação do mercado aconteceu por conta da informalidade e pela normalidade pós-pandemia. Claudia Moreno, economista do C6 Bank, mostrou-se preocupada com a inflação.
Segundo ela, o aumento do rendimento sem o acompanhamento de maior produtividade atinge os níveis inflacionários dos serviços.
Foto Destaque: número de desempregados cai e o de ocupador bate recorde histórico (Reprodução/Observatorio3setor)