Inflação cresce, real cai

Matheus Gonçalves Por Matheus Gonçalves
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Segundo Gustavo Menezes, gestor macro da AZ Quest com foco em câmbio, os aumentos sucessivos da inflação elevam o risco de uma depreciação nominal do real para que se mantenha um equilíbrio na taxa real de câmbio.

“As surpresas para cima na inflação estão dificultando que o real tenha um desempenho melhor, apesar da postura mais agressiva do Banco Central na política monetária e do ambiente externo relativamente calmo”, disse Gustavo.

 


 

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Além disso, por mais que o Banco Central esteja elevando os juros em ritmo mais intenso, a inflação rodando em 9% em 12 meses mantém o juro real em território negativo, corroendo ainda mais a atratividade do real.

“Por causa dessa inflação persistente ainda não colhemos os frutos do aumento do juro nominal”, contou o gestor.

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Já a SELIC subiu de 2% para 5,25%, o IPCA em 12 meses saltou de 4,52% em dezembro de 2020 para quase 9% em julho de 2021. “Vamos ter de esperar o BC continuar fazendo o seu trabalho bem-feito, engrossar o discurso de perseguir a meta. Isso (correção no juro real) vai acontecer em algum momento, e aí teremos o diferencial de juros jogando a favor da nossa moeda.”

O Brasil fechou 2020 com juro real negativo em 2,5%. A projeção para um ano, com base no swap DIxPré 360 da B3 e o IPCA projetado em 12 meses na Focus, é que essa taxa volte a território positivo, na casa de 3,3%. Diante dessa expectativa e por entender que os “barulhos políticos e fiscais” não devam se sobressair aos “fatos” (uma política fiscal mais austera), o gestor da AZ Quest ainda mantém posições favoráveis ao real contra o dólar e uma cesta de pares, embora em tamanho menor do que antes.

“Recuperamos bem o diferencial de crescimento, os juros estão subindo e os termos de troca seguem bastante favoráveis”, disse o gestor. “Outras questões de barulho causam volatilidade e atrapalham, mas no médio prazo os fatos devem preponderar”, finalizou Menezes.

 

 

 

(Foto em destque:  Reprodução/divulgação/Mundo Estranho) 

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