Apesar da recuperação dos preços de petróleo no exterior, as ações da Petrobras teve uma de suas maiores quedas hoje (22). A queda fez com que as perdas desde as máximas históricas apuradas em outubro se ampliassem. Rumo da empresa a partir de 2023 é preocupante.
Em relatório divulgado no fim do dia de ontem (21), os analistas da UBS cortaram a recomendação dos papéis para “venda”, de “compra” anteriormente, bem como ceifaram o preço-alvo das preferenciais de R$ 47 para R$ 22.
Os analistas afirmaram que a cobertura de Petrobras começou de forma positiva em meados de 2016, que desde então foi mantida na maior parte. “Seis anos se passaram e agora acreditamos que essas fases estão em caminho de reversão, com os próximos anos parecendo mais sombrios do que os picos que a Petrobras atingiu”, afirmaram Luiz Carvalho e equipe.
A UBS segue os rumos de outros analistas, mesmo que de maneira mais agressiva. Goldman Sachs, JPMorgan e BTG Pactual, por exemplo, já cortaram recomendações ou preço-alvo para a petrolífera após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República no último dia 30.
O presidente eleito, que toma posse no dia primeiro de janeiro, já sinalizou que irá implantar mudanças drásticas na Petrobras. Fontes próximas à Lula afirmaram à Reuters que o presidente planeja uma ampla troca no primeiro e segundo escalões da companhia. Além disso, parte dos dividendos deverão ser pagos pela estatal a acionistas na onda da alta do petróleo serão direcionados a investimento.
Ações da Petrobras caem (Reprodução/Twitter).
As ações da Petrobras chegaram às suas máximas no dia 21 de outubro. Desde lá, as ações preferenciais da estatal acumulam queda de mais de 30%. Nesta terça, ao final da manhã, eram negociadas a R$ 22,78, em queda de 3,15%. Já os papéis ordinários recuavam 3,78%, a R$ 26.
Os analistas da UBS usaram três pontos principais que devem definir o rebaixamento duplo na recomendação das ações: preço dos combustíveis, investimentos e despesas gerais. “Nada disso está claro por enquanto; no entanto, os primeiros comentários da equipe de transição fornecem algumas informações e, olhando para o passado da Petrobras, nos tornamos substancialmente mais cautelosos.”
“Maiores investimentos e uma busca pela diversificação em renováveis e transição energética exigiriam que a Petrobras se tornasse ‘maior’, e as despesas gerais – que haviam sido negligenciadas pelo mercado nos últimos anos – tornam-se uma preocupação”, concluíram.
A equipe da UBS ainda afirmou que isso significaria dividendos menores para os acionistas.
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