Super leilão no setor de transmissão aponta otimismo das empresas com a queda de juros

Marcos Vinícius D Por Marcos Vinícius D
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As principais empresas do setor de transmissão de energia do país disputaram um leião com um dos maiores deságios da história, nesta sexta-feira (30). Os lotes arrematados demandarão cerca de R$ 15,7 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos. A média do deságio deste leilão ficou em 50,97 %, percentual maior que nos dois leilões promovidos pela Aneel em 2022, de 46,2 % e 38,2 %, respectivamente. O setor de transmissão enxerga uma grande oportunidade futura para o retorno dos esforços financeiros e junto com a possibilidade de juros mais baixos graças as sinalizações do Banco Central para os próximos meses. Os diretores já apontavam, antes do resultado, que havia muitos riscos envolvidos. O que puxaria o deságio, que um desconto em uma operação abaixo do valor real de mercado de um produto.

Mas grandes as companhias do setor não mediram forças, como Eletrobras (ELET6), Engie Brasil (EGIE3), ISA Cteep (TRPL4), Neoenergia (NEOE3), Alupar (ALUP11) e Taesa (TAEE11) em uma disputa acirrada pelos lotes. “As empresas veem que as curvas de juros estão se estreitando, o que também permitiu que elas fossem mais competitivas nos lances”, disse Eduardo Sattamini, CEO da Engie Brasil, que arrematou o lote 5 com deságio de 45,7% e investimentos na casa dos R$ 2,67 bilhões até março de 2029.

A ISA Cteep ficou com os lotes 9 e 7, com deságios de 50,4% e 41,8%, e assumiu cerca de R$ 2,46 bilhões em investimentos. Rui Chammas, CEO da Isa falou que “Foi um leilão muito difícil, envolve megaprojetos e dúvida dos juros na hora da captação. Mas existe uma curva de juros em queda e todos os atores tiveram assessorias que apontaram essa queda e uma maior competição nos deságios”. A empresa deu lances em oito lotes.


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Reprodução do leilão. Divulgação/B3


De todos os nove lotes, o lote 1, chamou a atenção de todos que participaram do leilão desta sexta-feira. Os investimentos previstos são de R$ 3,16 bilhões. O vencedor foi o Consórcio Gênesis, em sociedade da The Best Car e Entec, com desconto de 66,2% sobre uma Receita Anual Permitida (RAP), de R$ 514,6 milhões. Nessa configuração, o grupo aceitou receber R$ 174 milhões por ano para executar a obra. A segunda colocada, a ISA Cteep, ofereceu 44,8% de deságio, ou R$ 283,8 milhões de RAP.

Os vencedores do leilão deverão apresentar garantias de acordo com o percentual de desconto feito na proposta vencedora. Nos deságios de até 50%, a garantia exigida será de pelo menos 5% do investimento previsto. Já para os descontos entre 50% e 60%, a garantia fica em 7,5%, e para aqueles acima de 60%, a garantia prevista é de 10%.

Caso alguma empresa vencedora não atenda aos requisitos estabelecidos pela Aneel, a segunda colocada no lance do certame ganhará o direito de assumir o projeto nas condições oferecidas por ela no leilão. O próximo super leilão da Aneel está previsto para dezembro.

Foto destaque: Leilão na bolsa. Reprodução: B3

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