As concessões de empréstimos no Brasil apresentaram um crescimento de 2,4% em junho, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados pelo Banco Central na última sexta-feira, (26). Esse aumento reflete uma retomada na demanda por crédito no país, com o estoque total de crédito aumentando 1,2% no período, atingindo R$ 6,019 trilhões.
Houve um crescimento significativo no estoque de crédito tanto para empresas quanto para famílias. O crédito destinado às empresas subiu 2,2%, alcançando R$ 2,3 trilhões, enquanto o crédito para famílias aumentou 0,6%, totalizando R$ 3,7 trilhões. Esses números indicam uma confiança crescente por parte dos tomadores de crédito, seja para expansão de negócios ou para consumo pessoal.
Inadimplência e juros
Apesar do aumento nas concessões de empréstimos, a inadimplência no segmento de recursos livres também apresentou um leve aumento, passando de 4,5% em maio para 4,6% em junho. Esse segmento é caracterizado por condições de empréstimo livremente negociadas entre bancos e tomadores. Já os juros cobrados pelas instituições financeiras nesse tipo de crédito registraram uma queda de 0,3 ponto percentual, situando-se em 39,6%.
No caso dos recursos direcionados, que seguem parâmetros estabelecidos pelo governo, a inadimplência manteve-se controlada, mas os juros tiveram um aumento de 0,2 ponto percentual, alcançando 10,6%. Esse cenário mostra uma pressão sobre as taxas de juros, possivelmente influenciada por fatores econômicos e de mercado.
Spread bancário em queda
O spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada dos clientes, apresentou uma redução significativa nos recursos livres. Em junho, o spread caiu para 28,3 pontos percentuais, comparado aos 29,0 pontos registrados em maio. Essa redução no spread pode indicar uma competição mais acirrada entre as instituições financeiras para atrair clientes, resultando em condições de crédito potencialmente mais favoráveis para os tomadores.
Em resumo, o cenário de crédito no Brasil em junho aponta para um aumento na confiança dos tomadores de empréstimos, refletido no crescimento das concessões. No entanto, o leve aumento na inadimplência e as variações nas taxas de juros sugerem que os bancos e tomadores de crédito ainda enfrentam desafios em um ambiente econômico desequilibrado.