Na tarde desta quarta-feira (27, o dólar bateu sua máxima desde a pandemia do COVID-19, quando atingiu o valor de R$ 5,9007. Na data de hoje, a moeda chegou ao valor de R$ 5,9124.
Assim que foi liberada a notícia de que Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, anunciaria a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensalmente, o dólar aumentou. A isenção do IR é uma promessa da campanha de Lula, que aconteceria a partir de 2026.
O mercado financeiro hoje
O mercado financeiro, há semanas, aguarda maiores detalhes a respeito do pacote de corte de gastos públicos, que deve ser liberado pelo governo federal. O corte de despesas precisa ocorrer para que o déficit público de 2024 seja zerado. Conforme prometido pelo governo, a meta seria que, em 2024 e 2025, o déficit fosse zerado, igualando as receitas e os gastos, a fim de que a dívida federal não aumente.
Ainda hoje, Haddad deverá fazer um pronunciamento televisivo e radiofônico em rede nacional, e se espera que os cortes sejam abordados no discurso, que ainda não teve os tópicos a serem abordados, divulgados pelo governo. Contudo, sabe-se que a isenção do Imposto de Renda será abordado, devido a uma confirmação que ocorreu no blog da jornalista Julia Duailibi, apurado pelos jornalistas do G1, Gerson Camarotti e Guilherme Balza.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images embed)
Isenção no pagamento de Imposto de Renda
Hoje estão isentos do pagamento de IR, quem recebe até R$ 2.259,20 por mês e, caso a isenção dos que recebem até R$ 5 mil seja o foco do discurso de Haddad, é possível que o tópico de cortes de gastos não seja abordado, o que faria com que os impostos fossem renunciados de tal forma que, no futuro, seria difícil cumprir as metas do arcabouço fiscal.
Havendo a isenção de IR, a dívida pública poderá ser comprometida futuramente, fazendo com que o pacote de cortes perca o seu propósito. Segundo Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, o custo da medida para os cofres públicos poderá ser de R$ 40 bilhões.
Enquanto aguarda o pronunciamento do ministro da Fazenda, o mercado financeiro mostrou-se muito defensivo e relutante quanto à aprovação da isenção do pagamento do Imposto de Renda para os que recebem até R$ 5 mil.