Endividamento das famílias brasileiras atingem níveis preocupantes

Aquecimento previsto do mercado no entanto pode ajudar a frear indices

Rafael Almeida Por Rafael Almeida
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Foto destaque: Endividamento atinge níveis preocupantes (reprodução/Gervanio Guimaraes/Getty Images Embed)

Dados divulgados por uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP), mostrou que 77% das famílias brasileiras enfrentam algum tipo de dívida, desde contas atrasadas até financiamentos imobiliários, a pesquisa também mostrou que nos últimos dois anos, 1,45 milhão de famílias ingressaram nesse cenário de endividamento. Do total, 29% das famílias têm contas em atraso e 13% afirmaram não ter condições ou perspectivas de quitar os débitos.

Região sudeste em destaque

No levantamento, realizado em julho com 18 mil famílias de 27 capitais, aponta que mais da metade dos lares endividados (52%) se concentra na região Sudeste. São Paulo (2,88 milhões) e Rio de Janeiro (2,02 milhões) lideram em número de famílias endividadas, seguidos pelo Distrito Federal, Belo Horizonte e Fortaleza, algo que segue um padrão que pode ser relacionado ao alto custo de vida nessa cidades.

Porto Alegre tem índice preocupante de 91%

Algumas capitais, como Porto Alegre e Vitória, registraram um índice preocupante de 91% das famílias em situação de dívida. Belo Horizonte, Boa Vista e Curitiba também apresentam números altos, com 90%, enquanto cidades como Campo Grande e Salvador apresentam percentuais mais baixos, em torno de 66%, números que mesmo menores ainda se mostram preocupantes.


Endividamento vem cada vez mais fazendo parte da vida dos brasileiros (Foto: reprodução/Moment/Priscila Zambotto/Getty Images Embed)


Entre 2022 e 2024, o endividamento aumentou em algumas capitais, como Teresina (de 61% para 86%) e João Pessoa (78% para 87%). Já São Paulo e Curitiba apresentaram uma leve queda.

Para a FecomercioSP, o aumento do endividamento reflete as condições econômicas de cada região, com inflação, juros altos e renda impactando o consumo e elevando o risco de inadimplência. Segundo o economista Fábio Pina, assessor da FecomercioSP, o nível de endividamento está acima da média histórica, no entanto o aquecimento do mercado de trabalho pode ajudar as famílias a reorganizar suas finanças. Pina acredita em uma desaceleração econômica gradual em 2025, o que permitirá ajustes necessários tanto para o setor privado quanto para o governo, o que pode acarretar em um menor endividamento.

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