Um fóssil de animal marinho de 500 milhões de anos foi encontrado em Corumbá, MS

Emilly Vitoria Por Emilly Vitoria
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A Corumbella (Corumbella werneri) é um animal marinho que viveu durante o período Ediacarano (entre 635 e 541 milhões de anos atrás) no oceano que existia na época e hoje está localizada a cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Nos anos 1970, foi encontrado o primeiro exemplar da Corumbella, um dos fósseis de animais mais antigos que já foram estudados até atualmente. 

Este animal marinho possui uma estrutura catafractária, semelhante às armaduras que foram usadas pelos cavaleiros durante a Antiguidade e na Idade Média. Sendo uma carapaça articulada e composta por placas que se sobrepunham (ficavam uma em cima da outra), mas deixavam espaço para ocorrer a movimentação do animal. Há a possibilidade de que a Corumbella seja um dos primeiros animais bilaterais, que são aqueles que possuem dois lados simétricos e são atualmente a grande maioria, incluindo os seres humanos. A Corumbella era relacionada aos cnidários, grupo de águas-vivas e medusas, que fazem parte dos radiais, significa que crescem em torno de um ponto central. Porém, o estudo poderia colocar o animal marinho no meio do caminho evolutivo entre os radiais e os bilaterais. 

Há pouco tempo atrás, os estudos mostravam que os animais que possuíam as mesmas características que a Corumbella, surgiram quase 30 milhões de anos depois do evento “A explosão do Cambriano”, nome popular do evento ocorrido. Foram encontradas somente partes desarticuladas dos animais catafractários, no final do período Ediacarano. 

O estudo sobre o animal marinho Corumbella contou com o apoio da FAPESP e foi conduzido por pesquisadores de países como o Brasil, a Escócia e a Alemanha. Os resultados que os pesquisadores obtiveram fizeram ter uma nova compreensão acerca da evolução dos animais. O primeiro autor do artigo publicado na revista iScience, Gabriel Ladeira Osés conta, “As características da Corumbella fazem dela um dos primeiros animais modernos, que muito provavelmente viveram na presença de predadores e de cadeias alimentares parecidas com as que conhecemos hoje.” 

Foto Destaque: Ilustração do Corumbella. Reprodução/VEJA

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