Festival Salve o Sul foi encerrado com muitas risadas, lágrimas e performances imperdíveis

Alanis Zamengo Por Alanis Zamengo
13 min de leitura
Foto destaque: Imagem promocional do festival Salve o Sul (reprodução/Divulgação)

Neste domingo (09), centenas de pessoas se reuniram no Allianz Parque, em São Paulo, para prestigiar o segundo dia do festival Salve o Sul. O evento, que contou com apresentações de diversos artistas, teve como objetivo arrecadar fundos para a recuperação do Rio Grande do Sul, afetado pelas enchentes devido às fortes chuvas no início de maio. A renda conquistada com a venda dos ingressos será integralmente destinada à causa, e o público presente foi incentivado a fazer doações adicionais por meio da plataforma Para Quem Doar.

O evento, idealizado pela cantora gaúcha Luísa Sonza em parceria com o DJ Pedro Sampaio, iniciou na sexta-feira (07), com um show especial do grupo Amigos, composto por Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, e Leonardo. No domingo, o festival reuniu artistas de diversas gerações e gêneros musicais, que se apresentaram com o objetivo de apoiar a recuperação do Rio Grande do Sul, criando uma grande celebração de solidariedade.

Durante dois dias, o coração do Rio Grande do Sul pulsou em São Paulo. O Allianz Parque foi transformado em palco para cerca de 40 atrações de diversos estilos musicais, criando um evento histórico. O festival beneficente, levou a essência de “O Canto Alegretense” para todo o país.

Abertura emocionante

Luísa Sonza foi quem abriu o evento neste domingo, que subiu ao palco por volta das 14h30 (horário de Brasília), com trajes típicos gaúchos. A cantora de Tuparendi emocionou o público ao iniciar os versos de “Céu, Sol, Sul, Terra e Cor”, de Leonardo, acompanhada por artistas nativistas como Neto Fagundes, Cristiano Quevedo, João Luiz Corrêa, Elton Saldanha, César Oliveira & Rogério Melo, e Guri de Uruguaiana.

“Isso aqui vai ser de muita alegria, porque, no Rio Grande, a gente é faca na bota. A gente vai reconstruir o Rio Grande. Vamos fazer um show maravilhoso em homenagem a todo o Sul e a todos os brasileiros. Porque, antes de tudo, a gente é brasileiro. E se não fosse esse país todo nos ajudando, iria ficar mais difícil”, declarou Luísa Sonza em lágrimas.

Em seguida, Luísa convidou seu parceiro Pedro Sampaio ao palco, que animou a plateia com alguns de seus maiores sucessos. Posteriormente, o porto-alegrense Vitor Kley trouxe um clima positivo com músicas como “O Sol” e “Morena”. Leo Santana, por sua vez, fez o público dançar com seus hits “Posturado”, “Calmo” e “Zona de Perigo”.

Subindo ao palco após Leo Santana, Ferrugem expressou sua gratidão ao definir o Rio Grande do Sul como o primeiro incentivador de sua carreira, ressaltando sua gratidão.

Coube a Ferrugem anunciar o retorno da anfitriã, que fez várias aparições ao longo do evento. Em sua segunda apresentação, a artista cantou “Luísa Manequim”, “Sagrado e Profano” e “Iguaria”. Depois, Xand Avião trouxe o forró ao Allianz Parque, seguido pelo grupo Menos é Mais, que animou a festa com um pagode contagiante.

Seguido da apresentação do grupo de pagode, o movimento Pra Cima, Rio Grande foi introduzido ao público que assistia ao festival pela televisão, através dos canais Multishow, BIS, Globoplay e RBS TV. As apresentadoras Kenia Saad e Sheron Menezzes tiveram a responsabilidade de lançar nacionalmente a campanha promovida pelo Grupo RBS, que visa incentivar a reconstrução do estado gaúcho.


Pedro Sampaio e Luísa Sonza
Pedro Sampaio e Luísa Sonza (Foto: reprodução/Instagram/@salveosul)

Apresentações

As apresentações continuaram com a energia do rapper Xamã, que impressionou a plateia com sua habilidade de improvisação e cantou seus sucessos “Malvadão 3” e “Leão”, esta última conhecida na voz de Marília Mendonça. Em seguida, Ludmilla trouxe seu projeto Numanice para o Allianz Parque, apresentando um bloco dedicado ao pagode com músicas “Maliciosa”, “Maldivas”, “Saudade da Gente” e “Falta de Mim”. A despedida da cantora foi marcada pelo ritmo envolvente do funk “Favela Chegou”.

Logo após, Gloria Groove tomou o palco para interpretar suas músicas “Sobrevivi”, “Nosso Primeiro Beijo” e “A Tua Voz”, levando o público a uma viagem musical. Em seguida, foi a vez da funkeira Lexa agitar a plateia com seus sucessos “Chama Ela” e “Sapequinha”, antes de dar lugar a Carlinhos Brown. O renomado músico baiano aproveitou o momento para transmitir uma importante mensagem de conscientização ambiental.

“Os alertas são tantos, pelos cientistas, pelos artistas, e hoje nós somos vítimas da nossa própria catástrofe. Afinal, somos nós que estamos desequilibrados com a natureza, não a natureza com a gente. Que esse momento de ajuda, de salvar o Sul, seja também o momento de salvarmos a nossa natureza. A gente precisa se equilibrar”, afirmou Carlinhos Brown.


Gloria Groove
Gloria Groove (Foto: reprodução/Instagram/@gloriagroove)

Juntos novamente, Luísa Sonza e Pedro Sampaio retornaram ao palco para expressar gratidão pela participação entusiasta do público ao festival. A cantora incentivou a plateia a entoar o bordão “Ah, eu sou gaúcho!” e emocionou ao interpretar o hino alternativo do Rio Grande do Sul, “Canto Alegretense”, acompanhada pelos músicos Neto, Ernesto e Paulinho Fagundes. A coreografia foi executada pelos talentosos bailarinos do CTG Rancho da Saudade, de Cachoeirinha, tornando este momento ainda mais aclamado por todos.

Após suas performances individuais, Gloria Groove e Vitor Kley retornaram ao palco para mais uma sessão de músicas. Ao final de sua segunda apresentação no evento, Kley anunciou a entrada do conterrâneo Thedy Correa. O vocalista da banda Nenhum de Nós presenteou o público com interpretações de “O Astronauta de Mármore” e “Camila Camila”, enquanto aproveitava o momento para fazer um apelo pela preservação da natureza.

“Obrigado a todos que estão focados e empenhados em ajudar o Rio Grande do Sul e salvar o que a gente precisa que seja salvo. Mas também é importante esse momento trazer consciência a todos nós. Agora, é para salvar o Rio Grande do Sul, mas precisamos salvar o planeta inteiro. Se liguem nessa!”, afirmou Thedy.

Outro talento gaúcho a se apresentar no palco do Salve o Sul foi Armandinho, que encantou multidão com suas músicas “Desenho de Deus” e “Semente”. Por volta das 18h (horário de Brasília), o grupo Menos é Mais retornou para mais um bloco de pagode, animando ainda mais o público presente. A energia da pista permaneceu alta, mas agora ao som de Pocah.

Juliette, campeã do Big Brother Brasil 21, foi recebida calorosamente recebida pelo público, que a aplaudiu com entusiasmo. A paraibana apresentou suas próprias canções e emocionou ao interpretar “Anunciação”, um sucesso de Alceu Valença. Logo em seguida, foi a vez de outro rosto conhecido da TV aberta subir ao palco, Thomas Machado, o carismático “gaúchinho do The Voice Kids”, que conquistou o título do reality musical em 2017, aos nove anos de idade. No Salve o Sul, o garoto encantou com sua habilidade e interpretação de Beijinho Doce”.

Luísa Sonza retornou ao palco para uma quarta apresentação, trazendo consigo mais sucessos. O início de sua performance foi marcada por uma surpresa: os peões do CTG Rancho da Saudade realizaram a impressionante dança dos facões, cativando a audiência. A plateia se envolveu completamente ao som dos hits como “Dona Aranha”, “Sou a Musa do Verão” e “Modo Turbo”.

Luan Pereira escolheu “Dentro da Hilux”, uma das músicas mais populares de 2023, para manter a energia alta e incendiar a multidão. Além disso, uma variedade de artistas como MC Daniel, Duda Beat, Zé Felipe, Turma do Pagode, MC Hariel, WIU, Dexter, MC Ryan SP e Junior Lima também se apresentaram, destacando a versatilidade do evento, onde a solidariedade foi a principal atração.

O festival também reservou espaço para artistas nativistas, que trouxeram um toque especial ao line-up. O grupo Triopacito impressionou o público ao dançar o sapateado gaúcho ao som de “Galopa”, de Pedro Sampaio. Emocionando a plateia, Elton Saldanha e Luiza Barbosa, ex-participante do The Voice Kids, apresentaram o clássico “Eu Sou do Sul”. Outro momento marcante foi a performance conjunta de João Luis Corrêa e Cristiano Quevedo, que interpretaram “Pra Ti que És um Gaúcho”, sucesso de Corrêa, e “Gaúcho Coração”, de Quevedo”, celebrando a cultura e tradição do Rio Grande do Sul.

O humorista Jair Kobe marcou presença no Allianz Parque com seu icônico personagem, Guri de Uruguaiana, levando muita diversão e risadas.

A atmosfera de risos proporcionada pelo Guri de Uruguaiana deu lugar a momento emocionantes quando César Oliveira e Rogério Melo subiram ao palco para interpretar “Milonga Abaixo do Mau Tempo”. A comovente letra de José Claudio Machado, que reflete sobre os desafios enfrentados durante as enchentes, tocou profundamente o público. Enquanto a música ecoava no estádio, imagens de resgates no estado eram transmitidas no telão, evocando lágrimas e solidariedade.


Guri de Uruguaiana
Guri de Uruguaiana (Foto: reprodução/Instagram/@jairkobe)

Encerramento comovente

À medida que a maratona de shows se aproximava do fim, Luísa Sonza revelou seus ambiciosos planos de transformar o festival em um evento anual, aberto a diversas causas sociais. A artista retornou ao palco para uma última performance, apresentando “Chico”, uma música dedicada ao ex-namorado Chico Moedas, além de “Principalmente Me Sinto Arrasada”, ‘You Don’t Know Me”, em parceria com Caetano Veloso, e “Lança Menina”, uma homenagem a Rita Lee.

Pedro Sampaio, parceiro de Luísa Sonza na criação de Salve o Sul, também fez seu retorno ao palco. Após a agitação do funk “Dançarina”, foi a vez do grupo Os Monarcas subir ao palco para interpretar “Querência Amada”, de Teixeirinha, ao lado de Luísa. A cena foi marcada pela presença de diversos artistas que se apresentaram ao longo do dia, retornando ao palco para apreciar esse momento. Além disso, a música recebeu a versão em funk, especialmente mixada por Pedro.

Após oito horas de espetáculos e mais de uma centena de performances, o festival Salve o Sul terminou por volta das 22h30 (horário de Brasília), culminando em uma emocionante celebração ao Rio Grande do Sul, caracterizada pela união e solidariedade. O encerramento do evento foi uma homenagem adequada aos afetados pela enchente, encapsulando o espírito de generosidade e apoio mútuo que permeou ao longo do festival terminando com a com a música que diz “do povo vem o carinho, bondade nunca é demais”.

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