Uma cúpula de paz histórica foi realizada na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh nesta segunda-feira (13), onde dezenas de líderes globais assinaram um acordo para oficializar o cessar-fogo na guerra em Gaza. O fato curioso é que Israel e o Hamas não participaram do evento, apesar de serem as partes centrais do conflito.
A assinatura e os protagonistas da trégua
No encontro internacional, mais de 20 chefes de Estado e governo se reuniram para formalizar a trégua proposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que já havia sido negociada por representantes de Israel e do Hamas na fase anterior do conflito. A cerimônia teve contornos simbólicos e diplomáticos: embora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tenha sido convidado, ele acabou recusando o convite, alegando que o evento coincidia com um feriado judaico.
Entre os presentes estavam Trump; o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani; os presidentes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, do Egito, Abdul Fatah Al Sisi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; além de líderes europeus como Keir Starmer (Reino Unido) e Emmanuel Macron (França. A ausência de Israel e Hamas marcou o caráter externo da articulação, impressa como mediação internacional para cessar hostilidades.
Momentos de celebração por cessar-fogo (Foto: Reprodução/Abir Sultan/EPA)
A cúpula propôs ainda a criação de um “conselho supervisor” para Gaza, destinado a monitorar o cumprimento do acordo na fase inicial do pós-guerra. O trabalho desse órgão, no entanto, ainda carece de definições, especialmente quanto ao seu poder de intervenção e composição.
Recompensas, liberação de reféns e desafios futuros
A formalização do cessar-fogo ocorreu poucas horas após o Hamas ter liberado os 20 últimos reféns que permaneciam sob seu controle em Gaza. Como parte do acordo, Israel também iniciou a soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua por crimes contra israelenses. Os libertados foram encaminhados pela Cruz Vermelha a Gaza, à Cisjordânia ou outros destinos.
Apesar desse avanço simbólico, diversos pontos críticos do plano ainda são nebulosos, sobretudo a questão do desarmamento do Hamas, a retirada futura das tropas israelenses e a estrutura de governança emergente para Gaza. O acordo mostra que há disposição diplomática global para uma trégua formal, mas a sustentabilidade do cessar-fogo dependerá do engajamento das partes centrais e da capacidade de monitoramento internacional.
