O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (21) pela condenação de sete réus ligados ao núcleo das fake news na tentativa de golpe que ocorreu após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O voto de Moraes, relator do caso na Primeira Turma do STF, considera que o grupo desempenhou um papel fundamental na articulação de desinformação com o objetivo de desestabilizar o processo democrático e manter o ex-presidente no poder. O julgamento do grupo continuará com os votos dos outros ministros, mas já gera repercussões políticas e jurídicas.
Provas apontam ações coordenadas
Moraes destacou que o núcleo de desinformação, composto por militares e aliados políticos, formou uma rede organizada para atacar as instituições democráticas, particularmente a Justiça Eleitoral. Para o ministro, os réus usaram plataformas digitais e redes sociais como ferramentas de ataque, espalhando mentiras sobre a integridade das urnas e criando um ambiente de caos social. A disseminação de fake news, segundo Moraes, tinha como objetivo preparar o terreno para uma possível intervenção militar e a execução de um golpe de Estado.
Publicação da UOL (Vídeo: reprodução/Youtube/Uol)
O uso de instituições públicas, como a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi citado como parte do esquema para abastecer milícias digitais com informações falsas. O voto de Moraes também sublinha a gravidade dos crimes, que vão desde a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito até a formação de organização criminosa armada.
Julgamento ainda está em andamento
Embora a condenação ainda dependa da votação de outros ministros, como Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia, o voto de Moraes marca um momento importante no julgamento da chamada trama golpista. Os réus enfrentam acusações de participação em um esquema de desinformação coordenado para fragilizar as instituições democráticas e abrir caminho para uma ruptura institucional.
As consequências legais são significativas, não apenas para os réus diretamente envolvidos, mas também para a avaliação de responsabilidades mais amplas, que podem incluir figuras políticas como o ex-presidente Bolsonaro. A continuidade do julgamento promete trazer mais revelações sobre o alcance dessa rede criminosa, que, para Moraes, tinha o intuito claro de destruir a democracia brasileira em nome de um projeto político.
