Argentina envia militares à fronteira com Brasil após operação no Rio de Janeiro
Argentina envia até 200 militares à fronteira com cidades no PR e SC após operação no Rio deixar mais de 120 mortos e gerar alerta regional
O governo da Argentina ordenou o envio de entre 150 e 200 militares para reforçar a segurança na fronteira com o Brasil. A princípio, a medida foi determinada pelo ministro da Defesa, Luis Petri, após a megaoperação policial ocorrida no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos. Os militares atuarão na cidade de Bernardo de Irigoyen, que faz divisa com Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR).
Segundo fontes do Ministério da Defesa argentino, tropas especializadas em montanha começaram o reconhecimento da região. Elas estão preparadas para atuar em áreas de fronteira seca e devem receber apoio de drones, radares e dois helicópteros. Acima de tudo, a decisão integra um plano de segurança ampliado do governo Javier Milei, que colocou as forças em alerta máximo para conter uma possível fuga de criminosos brasileiros.
Operação no Rio gera tensão regional
A megaoperação contra o Comando Vermelho mobilizou cerca de 2.500 agentes nos complexos do Alemão e da Penha. Há pouco, o governo fluminense confirmou 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos. A ação, batizada de “Operação Contenção”, foi considerada a mais letal da história do estado do Rio. Consequentemente, tiros, arrastões, comércios fechados e suspensão de expediente marcaram dois dias de tensão.
Cláudio Castro em coletiva (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)
Durante coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro afirmou que os policiais mortos foram as “únicas vítimas verdadeiras” do confronto. O comentário provocou críticas de entidades de direitos humanos e gerou reação política em Brasília.
Pressão sobre o governo e resposta do STF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião emergencial com ministros para discutir os impactos da operação. Logo após, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que Castro compareça a uma audiência para explicar as ações das forças de segurança. A decisão atendeu a pedidos do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Enquanto o governo argentino reforça as fronteiras, autoridades brasileiras enfrentam questionamentos sobre a proporcionalidade do uso da força. O episódio traz à tona o debate sobre segurança pública e coordenação internacional diante da violência nas grandes cidades.
