Jornalistas questionaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre possíveis infrações durante sua estadia de duas noites na Embaixada da Hungria em fevereiro, depois que seu passaporte foi confiscado. De acordo com o jornal americano “The New York Times”, as embaixadas são consideradas territórios invioláveis pelo direito internacional. Isso implica que, na prática, Bolsonaro só poderia ser abordado por autoridades brasileiras com a permissão do governo húngaro.
Após sair de uma cerimônia em honra à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, em São Paulo, Bolsonaro questionou de forma retórica se descansar na embaixada e trocar ideias com o embaixador constituíam alguma infração. Sua frustração com a pressão midiática foi manifestada, pedindo para mudarem de tema e relembrando o período em que foi injustamente acusado de ligação com o caso Marielle Franco.
Bolsonaro sem passaporte
Desde que foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um golpe de estado, o ex-presidente estava desprovido de passaporte. A permanência na embaixada surgiu poucos dias após essa operação, e o respaldo público do primeiro-ministro húngaro Orbán a Bolsonaro originou discussões diplomáticas adicionais.
Ministério das Relações Exteriores questiona embaixada húngara
Depois da divulgação da permanência de Bolsonaro na embaixada, o Ministério das Relações Exteriores solicitou a presença do embaixador húngaro no Brasil para abordar o tema. A relevância diplomática desse ato varia de acordo com o contexto, porém demonstra o interesse do Brasil em buscar esclarecimentos sobre a visita de Bolsonaro.
O que declara a defesa do ex-presidente
A defesa de Bolsonaro confirmou sua permanência na embaixada “a convite”, justificando-a como uma oportunidade para estabelecer contatos com autoridades húngaras e discutir questões políticas bilaterais. As circunstâncias dessa visita serão investigadas pela Polícia Federal, levando em consideração a impossibilidade de detenção de Bolsonaro em território estrangeiro.
O “NYT” ressaltou a relação de amizade entre Bolsonaro e Orbán, mencionando encontros anteriores e eventos conjuntos. Durante sua estadia na embaixada húngara, Bolsonaro convocou seus apoiadores para um evento em sua defesa, possivelmente visando uma estratégia de mobilização política durante esse período.