Na noite de ontem, quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em coletiva de imprensa no Japão, comentou sobre a decisão da Primeira Turma do STF que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu em cinco ações penais. Em sua declaração, Lula, enfatiza que Bolsonaro tentou dar golpe de Estado e contribuir para o seu assassinato.
Ao ser perguntado sobre os atos praticados no dia 08 de janeiro de 2023, o presidente inicia a fala dizendo ser “presunção” fazer qualquer prognóstico sobre a decisão da Suprema Corte Brasileira. Porém entende que o STF está se baseando em meses de investigação feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Na sequência, Lula faz declarações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e reitera:
“É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país. É visível, por todas as provas que ele (Jair Bolsonaro) tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente, para o assassinato do ex-presidente da justiça eleitoral brasileira”
Luiz Inácio Lula da Silva
Lula, ainda, enfatiza que: “todo mundo sabe o que aconteceu nesse país” e que não adianta Bolsonaro “fazer bravata dizendo que está sendo perseguido”.
Até a manhã desta sexta-feira (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro não havia se manifestado sobre as declarações do presidente Lula.
Punhal verde e amarelo
As falas do presidente, sobre a tentativa de assassinato refere-se a operação “Punhal verde e amarelo”. Segundo investigações da Polícia Federal, seria um plano para assassinar autoridades brasileiras.
Os alvos, de acordo com a PF, seriam o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, à época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tais assassinatos, conforme as investigações, eram uma tentativa de golpe de Estado, impedindo que Luiz Inácio Lula da Silva, tomasse posse como presidente .
A operação “Punhal verde e amarelo”, foi investigada como uma extensão da operação “Contragolpe” que investigou e prendeu militares. Entre eles, o ex-ministro de Jair Bolsonaro e militar da reserva, General Braga Netto.
Segundo investigação da Polícia Federal, a operação sobre a tentativa de assassinato de autoridades brasileiras, possuía um plano operacional com inicio em 12 de novembro de 2022 e término em 15 de dezembro do mesmo ano. Porém a missão foi abortada.
Bolsonaro réu
Na noite de ontem, a Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Carmen Lucia, Luiz Fux e Alexandre de Moraes, decidiu por unanimidade tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR).
A decisão dos ministros que teve repercussão mundial, tornou os oito denunciados réus em cinco ações penais. Entre elas, tentativa de golpe de Estado e Abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O processo seguirá os trâmites legais e a data do julgamento que poderá condenar ou absolver os réus, ainda, não tem data marcada.