Conforme informações do Itamaraty, é de interesse da Suíça que o Presidente Lula compareça na reunião pela paz, que irá discutir a possibilidade de trégua na guerra entre Rússia e Ucrânia.
Cúpula de alto nível
A união entre os mais de 100 países na intenção de promover a paz na guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de 2 anos, acontecerá na cidade de Lucerna, na Suíça, entre os dias 15 e 16 de junho. Entre os convidados, está Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.
A Suíça demonstra interesse na reunião mundial para a estruturação de um debate que favoreça a paz entre os países desde janeiro e contava com a participação da Rússia, algo que não deve ocorrer, uma vez que o Kremlin já se mostrou desfavorável ao evento, classificando-o como um projeto de democratas americanos.
A participação da Rússia, em primeiro contato, também foi uma das medidas entregues pelo Brasil para definir ou não a participação do presidente Lula no debate.
A cúpula pela paz foi um pedido direto de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, iniciando a discussão sobre o evento com a União Europeia, G7, China e Índia, países também favoráveis ao comparecimento russo à reunião.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia e autor do pedido pela cúpula da paz (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)
Busca pela paz
A Rússia, mesmo contrária à própria participação na proposta de paz da Suíça, contou com a presença de Celso Amorim, ex-chanceler e agora assessor especial da presidência, em uma conferência internacional pela segurança, promovida pelo próprio Kremlin.
Na capital da ex-URSS, Moscou, o assessor da república brasileira participou de diversas reuniões de interesses mútuos, entre elas, encontros com o chanceler russo, Sergey Lavrov, e também com Nikolai Patrushev, Secretário do Conselho de Segurança Russo.
Em manifestação dos acontecimentos, Amorim contou que a conversa se deu porque há uma busca pela possibilidade de uma possível paz.
Ainda na reunião, Amorim também participou de discussões sobre outros temas da agenda internacional, como um possível contato entre os países na ONU e no BRICS.
O ex-chanceler também realizou críticas precisas ao uso de Inteligência Artificial (I.A) nos ataques contra a Faixa de Gaza, por Israel e também as alianças militares mundiais.
Brasil e Rússia
Por entendimento brasileiro, a Rússia deve participar de qualquer tentativa internacional de promover a paz e negociar com Kiev.
Na visão diplomática do Brasil, não há possibilidade de debater o conflito entre duas partes, sem a presença de uma delas.
Moscou, por sua vez, afirmou que não é contra as negociações pela paz, no entanto, também não acredita na imparcialidade da Suíça quanto ao conflito.
A Suíça já agiu anteriormente como mediadora de conflitos e agora busca novamente uma solução mediante a atual crise política e militar que se estende por mais de dois anos.