Em entrevista ao Fantástico que foi ao ar no último domingo (14), Guilherme Samora, grande amigo e editor dos livros de Rita Lee, falou sobre a última biografia de Rita e os momentos incríveis que ele viveu com a estrela do rock brasileiro.
“Eu sou muito… eu nasci fã da Rita. Não me pergunte como, claro, minha mãe e meu pai escutavam Rita, mas era muito fã de Ney, de Queen. Me apaixonei pelo 79, aquele que tem “Mania de você”, me apaixonei com tipo um ano. “Maria Mole” disse Guilherme falando sobre como surgiu o seu amor pela Rita Lee.
O editor continua e desabafa sobre como está lidando com essa grande perda, já que a presença de Rita sempre foi forte durante sua vida, e ressalta que em toda sua vida, nunca existiu um mundo sem ela.
“Está muito difícil esse momento, porque de algum modo nunca existiu um mundo sem Rita, entendeu? A Rita sempre estava no meu mundo. A presença física, poder falar com ela, ouvir as genialidades dela. No meu mundo sempre teve a Rita”
E por falar em genialidades, Guilherme conta um pouco sobre a arte e facilidade que Rita Lee tinha com a escrita.
“Editei os livros da Rita com muito amor. Eu gosto de falar… Eu gosto de deixar isso claro que a Rita é muito genial, ela nunca precisou de um ghostwriter, de alguém que escrevesse para ela. A primeira autobiografia, ela escreveu tudo. Ela mandava para mim e falava: ‘Mexe no que você precisar editar’. Não precisa editar, Rita! O livro veio pronto’. A única coisa que ela me pediu foi fazer um fantasminha que eu apareço aqui e ali corrigindo data, brigando com ela, porque ela erra a data e aí fica esquisito corrigir a data dela, porque se está na cabeça dela, melhor deixar. Tudo que ela escreveu está ali”
Sobre o livro:
“Rita Lee: outra autobiografia” será lançado no próximo dia 22. Nesse livro, Rita conta sua história e principalmente sobre os últimos três anos que viveu durante a pandemia do coronavírus, o diagnóstico de câncer e o tratamento.
Capa do livro ‘Outra autobiografia’, de Rita Lee — Foto: Guilherme Samora
Guilherme, comenta que Rita Lee queria falar de forma mais profunda sobre suas fraquezas, medos e ansiedade durante todo momento conturbado que passou durante os últimos três anos e sua vida.
“Uma humanidade ali desses últimos três anos que ela não pensou dela, ela pensou no público dela. Para saber o que aconteceu, entendeu? Porque ela vira e fala: ‘Ok, eu tenho essa doença. Ela passa ali, passo a passo do tratamento, dos diagnósticos, o que se passava na cabeça dela. É de uma generosidade”.
O jornalista fala sobre a escolha da capa, e a data, os mínimos detalhes que Rita pediu para o seu livro.
“…quando mandei a foto que seria da capa, em um primeiro momento pensamos em ser branco e preto, ela disse ‘Acho que vou pintar. Quero que lancem dia 22 de maio, dia de Santa Rita e já vai ter passado o mercúrio retrógrado’. Ela virou e falou, muito orgulhosa: ‘Esse é meu último ato’”.
Sobre a humanidade e o coração gigante de Rita Lee, o editor compara sua autobiografia com um “roteiro de um filme”.
“Ela foi generosa, ela falou do momento mais humano, mais difícil da vida dela. E deixou tudo escrito. Eu quero depois que as pessoas leiam e vejam. Claro que tem coisas ali muito difíceis, claro que é impactante, mas a gente sai com um misto de uma leveza. É tão iluminado esse livro. Ela não poupou nada. Ela deixou um roteiro que parece inteiro de um filme”
Confira a entrevista completa em: https://globoplay.globo.com/v/11614270/
Foto Destaque: Guilherme Samora em conversa com Renata Ceribelle. Reprodução/Globo