Apesar das altas taxas de vacinação, Portugal entra em estado de calamidade e volta com restrições

Guilherme Giagio Por Guilherme Giagio
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Apesar de ser um dos países com maiores taxas de vacinação no continente europeu, o governo de Portugal voltou a entrar em estado de calamidade e divulgou novas normas restritivas para evitar o avanço da covid-19. 

 

A situação de calamidade, que significa um estado de preocupação ainda maior que os contingência e alerta, foi declarada após o recente aumento de infecções no país e o surgimento da variante ômicron, identificada primeiramente na África do Sul e com cerca de 14 casos em território português.

 

Segundo António Costa, primeiro-ministro português, o país “não está tão bem como queria estar” e, por isso, a necessidade de novas medidas restritivas, além de alertar sobre as festas em comemoração ao Natal:

 

“Todos nós desejamos que estas medidas não sejam necessárias, mas se se tornarem necessárias, tomaremos essas medidas. Devemos estar sempre vigilantes para tomar novas medidas, se necessário. É assim que temos vivido nos últimos dois anos e temos conseguido prevalecer, embora tenha sido difícil para todos”, disse o premiê aos repórteres.


Proprietários de bares e restaurantes em protesto contra as restrições do governo português no último ano. Foto: Pedro Nunes/Reuters


 

As novas medidas significam um aumento no controle das fronteiras do país, que, além do teste negativo para coronavírus, também exigirá a apresentação de um certificado de vacinação, sendo esse último, também obrigatório para a entrada em bares, restaurantes e hotéis, por exemplo. O uso de máscaras em locais públicos fechados também voltou a ser obrigatório e o trabalho remoto foi recomendado, sempre que possível, com uma obrigatoriedade já definida entre os dias 2 e 9 de janeiro. 

 

Vale lembrar que 13 dos 14 casos da ômicron registrados em Portugal, foram identificados em funcionários e atletas do Belenenses, clube de Lisboa, capital portuguesa, e da primeira divisão do campeonato local. Um dos jogadores havia viajado para a África do Sul, país com os primeiros registros da nova cepa, recentemente.

 

“Estamos todos isolados, com exceção do time juvenil, que não jogou no sábado, 44 pessoas estão isoladas em casa. Dois ou três jogadores e dois ou três membros da equipe têm sintomas, mas nada muito grave, o resto está assintomático. Todos estão esperando para repetir os exames assim que a agência de saúde autorizar”, afirmou o porta-voz do Belenenses na última segunda-feira.


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Segundo as autoridades portuguesas, desde o início da pandemia o país conta com mais de 18 mil mortes e cerca de 1.2 milhão de casos do novo coronavírus.

 

Foto destaque: Portugueses fazem fila para receber dose de reforço da vacina contra covid-19. (Patrícia de Melo Moreira/AFP)

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