Abusos sexuais são problemas de grande escala em todas as sociedades. Sendo um processo que gera constrangimento e medo em muitos, principalmente mulheres, ainda é comum ver pessoas que se sentem acanhadas em denunciar esse mal mesmo quando são apenas testemunhas. A situação se agrava se consideradas as vezes em que criminosos desse gênero saem impunes, em muitos dos casos por se garantirem em posições de poder.
O ambiente universitário não é exceção. Na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, o médico Robert Anderson, que trabalhou na instituição entre 1968 e 2003, foi acusado de abusar de mais de mil atletas e estudantes durante o período em que esteve ativo. Um dos acusadores é Matt Schembechler, filho de Bo Schembechler, famoso treinador de futebol americano da universidade, que acabou sendo centro da polêmica por supostamente ignorar o relato de Matt, na época, com dez anos.
Anderson morreu em 2008 e não pôde responder pelos apontamentos feitos por parte do corpo discente. Mas o evento não silenciou as vítimas, que chegaram a ser atendidas no ano passado, através de uma investigação oficial. Segundo a IstoÉ, um relatório de 250 páginas do escritório de advocacia de WilmerHale afirma que “Anderson se envolveu em comportamento sexual inadequado com pacientes em várias ocasiões”.
Considerados os aspectos trágicos que envolvem um processo de quase quarenta anos de abuso, a universidade foi instada a tomar uma posição. Em acordo com os estudantes, 490 milhões de dólares serão oferecidos como indenização, sendo 460 para as vítimas de Anderson e outros trinta para as que possam vir a existir no futuro – medida expectável, pois Anderson não é o único no rol de acusações, vide o também médico Larry Nassar, que, em 2018, foi preso.
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Ainda segundo o portal IstoÉ, Jordan Acker disse: “Esperamos que este acordo seja o início do processo de cura para as vítimas”.
Foto Destaque: Reprodução/Bill Pugliano/Getty Images