Após ser associado a Maçonaria, Bolsonaro diz: “O que tenho contra maçom? Tenho nada”

Cris Silva Por Cris Silva
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O atual presidente da República, Jair Bolsonaro, falou nesta quarta-feira (5), a respeito de um vídeo seu que circula na internet, contendo trechos de um discurso feito por ele em uma loja de Maçonaria, no ano de 2017. Durante mais uma de suas tradicionais lives, Bolsonaro afirmou que foi bem recebido no local e que não tinha nada contra maçom. As imagens que circularam foram retiradas de um vídeo maior, no entanto, o vídeo em questão já havia sido publicado em 2017 mesmo.

Em sua live o presidente disse o seguinte: “Está aí na mídia agora, pessoal me criticando porque fui em loja maçom em 2017. Fui sim, fui em loja maçom, acho que foi a única vez que eu fui numa loja maçom. Eu era candidato a presidente, pouca gente sabia, e um colega falou ‘vamos lá’ e eu fui. Acho que foi aqui em Brasília. Fui muito bem recebido. Me trataram bem”.



Bolsonaro durante uma live (Reprodução/Youtube)


No discurso que fez quando esteve de visita à loja maçônica, Bolsonaro chegou a declarar não ser “candidato a nada”, chamou atenção para um “perigo ideológico” e afirmou que era necessário “fugir da política tradicional”. Apesar de adotar um tom pacífico até o momento para falar do assunto, nas redes sociais, seus opositores não perderam tempo para usar as imagens na intenção de aumentar sua rejeição junto a um de seus segmentos mais fortes no eleitorado, os evangélicos.

Bolsonaro contestou, perguntando se haveria algum problema em ter ido ao estabelecimento na época, afirmando que agora era “presidente de todos”. Ele também fez questão de ressaltar que não tem nada contra a maçonaria, acrescentando um adendo de que nunca mais voltou em um estabelecimento do tipo.

“E eu sou presidente de todos e ponto final. Fui de novo? Não fui. Agora, sou presidente de todos. Isso agora a esquerda faz estardalhaço. O que tenho contra maçom? Tenho nada. Se tiver alguma coisa a gente vê como proceder. Quero apoio de todos aqui do Brasil”.

O trecho que viralizou nas redes serviu como um prato cheio para as páginas de entretenimento, que tem compartilhado fortemente o conteúdo, fazendo com que os usuários declaradamente críticos do presidente espalhassem o mesmo cada vez mais. Prontamente, os internautas identificaram contradições, dado sua relação com as igrejas católicas e, em especial, as evangélicas.

O que dizem os religiosos

O tema é objeto de controvérsias entre os cristãos. A Igreja Católica, já em 1884, condenava a aproximação de católicos e maçons. Em uma carta disponível no site oficial do Vaticano e que pode ser acessada até os dias de hoje, o Papa Leão XIII, julga que “a seita da maçonaria mostra-se insolente e orgulhosa de seu sucesso, e parece que ela não colocará limites à sua pertinácia”.

O documento ainda ressalta que “seus seguidores, ajuntados por perversos acordos e por conselhos secretos, ajudam-se uns aos outros, e excitam-se uns aos outros a uma audácia nas coisas malignas”. Para quem não sabe, Jair Bolsonaro se considera católico.

No meio dos protestantes, a relação de evangélicos com a maçonaria é vista igualmente com maus olhos. Alguns personagens aliados a Bolsonaro, como os pastores Silas Malafaia e André Valadão, já se pronunciaram no passado em oposição ao grupo, chegando a dizer que cristãos não podem frequentar templos maçons.

Foto destaque: Presidente Bolsonaro. Reprodução/Instagram

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