Bolsonaro depõe sobre acusação de fraude em cartões de vacina contra Covid-19

Nathália Siqueira Por Nathália Siqueira
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Nesta terça-feira (16), o ex-presidente, Jair Bolsonaro, irá à sede da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento no inquérito que investiga adulterações em cartões de vacinação contra a Covid-19. A suspeita é que o possível esquema tenha beneficiado não só o político do PL, mas também sua filha, além de um ex-ajudante familiares deste. 

O principal objetivo da Polícia Federal com este depoimento, é descobrir se partiu de Bolsonaro a ordem de acesso ao sistema do Ministério da Saúde, onde foram inseridos, e depois retirados, dados sobre vacinação contra a Covid-19 nos cartões.

A PF já cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em busca de provas de seu envolvimento no esquema. Apenas o celular do político foi apreendido. No mesmo dia, 3 de maio, Bolsonaro veio a público se manifestar sobre a apreensão de seu telefone, afirmando que nenhuma adulteração ocorreu, nem eu seu cartão, nem do de sua filha, e que de fato, não se vacinou contra a Covid-19.

Seu depoimento direto a PF, foi marcado apenas para esta terça-feira, para que a defesa de Bolsonaro, conseguisse acesso à investigação previamente.

Presos até agora na investigação

Além do mandado de busca na residência do ex-presidente, a PF prendeu seis pessoas, na operação do dia 3 de maio. Dentre os presos, está o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durante o mandato dele como presidente da República.

Segundo as investigações, foram emitidos certificados de vacinação com dados falsos em nome de Cid, da esposa dele e das três filhas do casal. Além disso, os dados de vacinação de Bolsonaro foram incluídos na mesma cidade onde Cid teria conseguido o cartão de vacinação da esposa, Duque de Caxias, o que só aumenta as suspeitas sobre o ex-presidente.


O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ajudante, Mauro Cid (Foto: Reprodução/Alan Santos/PR)


Confira a lista inteira de presos:

  • o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • o sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid;
  • o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros;
  • o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;
  • o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
  • o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Alvos das buscas

Além de Jair Bolsonaro, outros investigados também foram alvos de buscas e apreensões durante a operação. Confira a lista completa:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Mauro Cesar Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid;
  • Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal pelo MDB-RJ;
  • Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército, ex-integrante da equipe de Mauro Cid;
  • Farley Vinicius Alcântara, médico que teria envolvimento no esquema;
  • João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ);
  • Max Guilherme Machado de Moura, segurança de Bolsonaro;
  • Sergio Rocha Cordeiro, segurança de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
  • Eduardo Crespo Alves, militar;
  • Marcello Moraes Siciliano, ex-vereador do RJ;
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022;
  • Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
  • Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
  • Marcelo Fernandes de Holand.

 

Foto destaque: Bolsonaro irá depor à PF nesta terça. Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil.

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