Foi assassinado na tarde desta quarta-feira (9), na capital do país, Quito, o candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio. Nascido em Alausí, que fica a quase 300km da capital. Villavicencio deixa cinco filhos e sua esposa, Verónica Sarauz.
Denúncia de ameaças
Na semana passada, durante entrevista, Fernando havia denunciado que estava recebendo ameaças de um cartel do país. “Há três dias, um militante de Manabí [cidade do Equador] recebeu visitas de vários mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros] para dizer a ele que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, eles iriam me quebrar”, essa foi a fala do ex-candidato à presidência no programa Vis a Vis na quarta-feira da semana passada, apresentado por Janet Hinostroza, jornalista local.
Fernando Villavicencio durante um discurso. (Foto: reprodução/Poder 360)
Criada em Manabí, é formada por duas gangues, Las Águias e Fatales, são os nomes que compõem Los Choneros. Eles praticam uma variedade de crimes, entre eles homicídios, extorsão e tráfico de drogas.
Villavicencio disse que iria apresentar uma denúncia sobre as ameaças e que não iria encerrar temporariamente sua campanha eleitoral após ser ameaçado. Além disso tudo, já prevendo o que poderia acontecer, ele responsabilizou a organização criminosa por qualquer crime que venha a sofrer, seja ele ou qualquer pessoa próxima como a família e sua equipe.
Proteção e segurança
Além disso, na entrevista ele afirmou que recusava o uso do colete à prova de balas e que usava o mínimo possível de proteção oficial do Estado. Ele dizia que “Um presidente valente tem que dar a cara, como o seu povo. O povo não está com coletes a prova de balas. A sociedade está de joelhos diante do crime organizado. E o pior que se pode passar a um candidato, a um político, é ter medo. No momento em que os grupos criminosos submetem as pessoas, acabam a democracia e a República”.
Villavicencio veio a falecer após entrar no carro ao qual seria transportado e levar vários tiros após sair de um comício no Anderson College, na cidade de Quito, capital do Equador.
Foto destaque: Fernando Villavicencio fez discurso nesta quarta-feira. Reprodução/Karen Toro/Reuters