Denúncia de assédio é vista como “desastre” por aliados e Guimarães deve deixar a Caixa nesta quarta-feira

Adriane Corrêa Por Adriane Corrêa
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Como uma bomba. Pode-se dizer que é assim que está sendo vista a denúncia de assédio sobre o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Acusado de assédio sexual por funcionárias, segundo site O Globo, Guimarães deve anunciar sua saída do comando da estatal nesta quarta-feira (29).

A revelação das funcionárias do banco não apenas mudou a “forma de olhar” dos aliados de Bolsonaro para Pedro Guimarães, mas também foi vista como uma pedra enorme na campanha de reeleição de Jair Bolsonaro. Descrita como ‘desastre’, aliados do atual presidente temem que isso seja uma desvantagem para as votações nas urnas no dia 2 de outubro deste ano.

Como uma forma de estratégia, aliados do governo buscaram um novo ponto de atenção para abafar as repercussões da prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. “Nós precisávamos que algum fato viesse para desviar a atenção do caso do MEC. Mas não era bem nisso que estávamos pensando“, falou um integrante da campanha bolsonarista ao blog de Malu Gaspar, explicando que Guimarães era o único comandante de uma grande estatal que se mantinha no cargo desde o início do governo Bolsonaro, em 2019.


Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução/Isac Nóbrega/PR)


No entanto, para o azar deles, nesta terça-feira (28), o site Metrópoles publicou uma reportagem e depoimentos em vídeo com uma série de depoimentos de cinco vítimas, com suas identidades preservadas, relatando comportamentos inapropriados de Guimarães, como convites, frases constrangedoras e toques em partes do corpo delas. De acordo com a reportagem publicada, o caso também é investigado, sob sigilo, pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal.

Ele passou a mão em mim. Foi um absurdo. Ele apertou minha bunda. Literalmente isso”, relatou uma vítima ao Metrópoles. Outra funcionária do banco compartilhou o acontecimento de um jantar em que Guimarães falou sobre a intenção de organizar um “um carnaval fora de época” onde “ninguém vai ser de ninguém”. E vai ser com todo mundo nu’”. Outros presentes no local confirmaram as falas do executivo. Ainda segundo informações do site Metrópoles, vários dos testemunhos das funcionárias da estatal estão relacionados a viagens realizadas por Pedro Guimarães como parte do programa Caixa Mais Brasil e desde janeiro de 2019, foram realizadas mais de 140 visitas a cidades de todas as regiões.


Relato de funcionárias sobre o assédio sexual ao Metrópoles. (Vídeo: Reprodução/Youtube/Metrópoles)


Segundo pesquisas, Jair Bolsonaro possui maior resistência pelo público feminino, que chega a 61% entre as mulheres, segundo a última pesquisa Datafolha. Outra prova seria a justificativa para o seu segundo lugar na corrida presidencial. Com mais um escândalo e ainda por sinal destinado ao público mais difícil de conquistar, o governo está enfrentando problemas para desligar sua figura desse ocorrido repugnante. 

Na noite desta terça-feira, no Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro disse ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que as denúncias de assédio sexual feitas por servidoras do banco público são “inadmissíveis“, segundo os assessores de Bolsonaro. Neste mesmo encontro, Guimarães disse ao presidente que pretende “se defender na Justiça“. Ainda na noite de ontem, a Caixa cancelou uma cerimônia sobre crédito rural com a presença de Guimarães que estava prevista para esta quarta-feira.

Foto Destaque: Pedro Guimarães. Reprodução/IstoÉ

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