Desde 1989, ano em que os brasileiros voltaram às urnas para eleições diretas, a taxa de abstenções, ou seja, eleitores que não comparecem para registo do voto em segundo turno vem aumentando quando se comparada a taxa de abstenções do primeiro turno.
De acordo com os dados do TSE o comparecimento no primeiro turno é manteve-se estável, em 2018, no primeiro turno deixaram de votar 20,32% do eleitorado, já no segundo turno 21,29% não se apresentaram para a escolha.
Veja em gráfico os dados de 1° e 2° turno no país:
Gráfico: Em 2022 o Brasil bateu o record de abstenções relacionadas ao 1° turno (Reprodução/ Gleicimara Dulterio)
De acordo com Claúdio Couto, cientista político da Fundação Getúlio Vargas o aumento das abstenções entre os turnos se justifica pela insatisfação da população com as opções de seleção, ou seja, com os candidatos disponíveis“A tendência sempre é da abstenção crescer do primeiro para o segundo turno, pois parte dos eleitores, insatisfeitos com as opções disponíveis, desiste de ir votar”, esclarece o especialista. Couto ressaltou que nos estados onde não haverá segundo turno da eleição para os cargos estaduais, como de governador por exemplo a abstenção pode ser maior.
Para a atual eleição (2022) Cláudio Couto, enfatiza que diante da mobilização dos eleitores, é difícil “cravar” que os números relacionados a abstenção aumentará. “Esta campanha presidencial está muito quente e mobilizando demais as pessoas, talvez o aumento da abstenção seja um pouco menor este ano, não dá para cravar” garantiu.
Já no último domingo (2), dados do TSE apontaram que 32.765.540 eleitores aptos a votar deixaram de se apresentar para a registro do voto, equivalente a uma abstenção de 20,95%.
Como cada turno é uma eleição independente, o não comparecimento ao primeiro turno não implica ao eleitor de se apresentar às urnas para a segunda etapa. Neste ano, além da escolha do próximo chefe de estado brasileiro, mais 12 estados elegerão seus governadores, além de 8 cidades brasileiras em que haverá seleção para prefeito, isso porque os prefeitos eleitos na útima eleição municipal tiveram o mandato ou registro cassados pela Justiça Eleitoral.
Foto destaque: Eleitores votam no 1º turno em seção eleitoral / Foto: Agência Brasil