Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, revelaram que o mês de setembro teve o mais alto índice de desmatamento já registrado no cerrado, sendo contabilizados mais de 679,7 km² de território perdido. A maior marca correspondia a 2018, quando foram perdidos 451,5 km². Em relação ao mesmo período no ano passado, o crescimento do desmatamento na região foi de 149%.
Já na Amazônia, a destruição da floresta foi de 629,3 km² em setembro, caindo mais de 50% na comparação com o mesmo mês no ano passado. Em 2022, o número de desmatamento na Amazônia atingiu seu número mais alto para setembro, com 1.454,7 km² desmatados.
Avanço no Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e corresponde a quase um quarto de todo o território nacional. O avanço do desmatamento no Cerrado é maior na região conhecida como Matopiba (que engloba o Maranhão, o Tocantins, o Piauí e a Bahia). A área concentra a porção mais conservada do bioma, mas ao mesmo tempo se tornou uma nova fronteira para o agronegócio brasileiro, o que explica o aumento na área desmatada.
No Cerrado, o desmatamento acontece principalmente em propriedades privadas, diferentemente da Amazônia. Um dos motivos para isso é que, segundo o Código Florestal, no bioma é possível desmatar até 80% da área deste tipo de imóvel, enquanto na Amazônia o limite é 20%.
Amazônia
Na região amazônica, os números continuam a cair mesmo na temporada de seca, quando normalmente são registrados os piores índices do ano. Desde abril, houve na região um aumento em ações de fiscalização, embargos, multas, apreensões e até destruição de equipamentos usados para desmate, visando o combate ao crime ambiental na região.
Retrato do desmatamento na Amazônia em 2022. (Foto: Reprodução/Nilmar Lage/Greenpeace)
Em setembro de 2019 e 2022, a área desmatada na Amazônia chegou a atingir mais de 1.400 km². Já em setembro de 2023, o número do desmatamento atingiu 629,3 km², o que demonstra uma queda de 57% na comparação com o mesmo mês de 2022.
Foto Destaque: Desmatamento na região do Maranhão. Reprodução/Michal Fluda/NurPhto/Getty Images.