Flávio Dezembro conta sua história com a música e como passou a tocar com Padre Marcelo Rossi

Roberta Rodrigues Por Roberta Rodrigues
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Flávio Dezembro do Nascimento Rosa, nascido em 28 de setembro de 1987. Talvez esse nome e este sobrenome italiano não seja conhecido por muitas pessoas, mas algumas já devem ter visto alguma de suas apresentações semanais na televisão. Flávio Dezembro é morador de Campo Limpo zona Sul de São Paulo, filho de Clarice Leite Dezembro e de Jesus do Nascimento Rosa, tecladista talentoso que já acumula 22 anos de dedicação a música.

Ele começou a tocar teclado por acaso. Antes de se dedicar a música o seu sonho era ser atleta. Começou jogando bola, mas logo viu que não tinha talento para essa modalidade. Com 6 anos de idade já iniciava suas primeiras aulas de Karatê. Aos 12 anos já era faixa preta e fazia parte da Federação Paulista de Karatê, viajava por várias cidades e estados participando de vários campeonatos.

Mas o sonho de ser um atleta acabou interrompido quando seu falecido pai ficou desempregado. “Infelizmente não tínhamos dinheiro pra continuar pagando a academia e foi quando eu acabei me afastando do esporte”, recordou Flávio.

Pouco tempo depois ele começou a fazer aulas de música. Sua primeira experiência musical foi tocando violão. Mas seria com o teclado que ele descobriria o seu talento musical. Certo dia, já quando ele e seu irmão tocavam na igreja, foram informados que a igreja precisaria de alguém que tocasse teclado. Foi então sugerido a ele e seu irmão que algum dos dois optasse por tocar este outro instrumento.

Não tínhamos dinheiro para comprar dois violões. Eu e meu irmão dividíamos um violão. Mas no mesmo dia, sem saber que havia sido sugerido que eu ou meu irmão tocasse o teclado fomos surpreendidos pelo meu pai. Ao chegar em casa nos deparamos com ele com um teclado. Ele não tinha ideia, foi algo impressionante”, disse Flávio Dezembro.


Flávio Dezembro. (Foto: Reprodução)


A partir deste dia, Flávio começou a tocar teclado. Passou a fazer aulas e dois meses após o seu primeiro contato com este instrumento ele já estava tocando em apresentações na igreja que sua família frequentava.

No ano 2000 ele já era aluno da Escola de Música & Tecnologia (EM&T). Seu professor era Emílio Mendonça. Diferente de uma escola de música tradicional, na EM&T Flávio aprendia não só a tocar um instrumento, mas também tudo que envolve a parte de tecnologia daquele instrumento, como o timbrar do teclado e outros detalhes.

Em 2008, Flávio começou a se dedicar profissionalmente a música. Montou uma banda juntamente com seu irmão Fábio Dezembro, que na época tocava baixo. Era a banda “Missão Eterna”, grupo esse que chegou a gravar o CD “A Prova” e tocou em várias paróquias da cidade de São Paulo. Na época chegaram a participar de um concurso de bandas promovido pelo parque Playcenter. Ganharam na categoria a banda mais votada do site e tiveram a oportunidade de tocar para milhares de pessoas em um show realizado no parque. Também foi nesta época que fizeram a primeira aparição em uma televisão, quando tiveram a oportunidade de se apresentarem na TV Aparecida.

Depois disso foram várias apresentações em várias cidades do Brasil. Tocaram no evento de música católica conhecido como Hallel, promovido em várias cidades, como em Franca, Uberlândia, São Paulo. Seu pai, Jesus do Nascimento Rosa, era quem acompanhava a banda, cuidava da agenda de shows e registrava em fotos e vídeos. Em 2013 infelizmente, após o falecimento do senhor Jesus do Nascimento, a banda se desfez. “Meu pai e minha mãe sempre me incentivaram muito. Infelizmente, após o seu falecimento, a banda acabou. Foi um momento muito difícil para nós. Eu e meu irmão passamos a cuidar e ajudar mais em casa. Cheguei a pensar em parar de tocar”, disse Flávio.

Após um período longe da música, em 2014 Flávio Dezembro voltou a tocar e dar aulas de música. Tocou em várias casas de show como Guarapirão, Terra Country e Coração Sertanejo. “Sou uma pessoa bem eclética. Gosto de ouvir e tocar vários estilos musicais. Já toquei em bandas de jazz, sertanejo, samba, gospel. Essa oportunidade de tocar vários estilos é muito importante para o nosso crescimento profissional, pois você acaba conhecendo vários estilos, arranjos e modos diferentes de tocar”, explicou Flávio Dezembro.

De 2014 em diante Flávio passou a conciliar o trabalho como gerente de setor de um supermercado e a música. Foram 5 anos dividindo seu tempo entre a música e o trabalho. “Era uma rotina muito puxada, estava ficando complicado, tinha que conciliar o serviço e música. Em 2019 eu acabei saindo do trabalho e passei a me dedicar 100% a música. Além de tocar nas noites, comecei também a dar aulas”, disse.

As aulas de música presenciais foram interrompidas em 2020 pela pandemia do coronavírus. Flávio então passou a dar aulas on-line. “Devido a pandemia não estávamos tendo mais nenhum evento então tive que realizar as aulas on-line. Também precisei arrumar outro serviço. Passei a trabalhar também como auxiliar de vendas de uma fábrica de acessórios para piscinas. Trabalho este que consigo conciliar até hoje. E no próximo ano se tudo der certo pretendo voltar com as aulas presenciais”, explicou.

O sonho do pai de Flávio, o senhor Jesus, era ver o filho tocando em uma grande banda e fazendo apresentações na televisão e para grandes públicos. Flávio correu atrás e realizou a vontade do seu pai. Foi em 2016 que conheceu o tecladista Adilon, da banda do Padre Marcelo Rossi. Adilon convidou Flávio para participar do grupo de orações “Retaguarda” a cada 15 dias as terças-feiras, no Santuário Mãe de Deus. “Recebi o convite para tocar aos sábados na missa transmitida pela Rede Vida. De lá pra cá passei a tocar nas missas de sábado, às 15h, nas missas de quinta-feira às 20h e domingos nas missas da Rede Globo, às 6h, e nas missas às 9h transmitida pelas redes sociais do Padre”, conta Flávio Dezembro.


Flávio Dezembro e Marcelo Rossi. (Foto: Reprodução)


E engana-se quem pensa que Flávio Dezembro planejou algum dia tocar com Padre Marcelo Rossi. Apesar de ser seu fã, nunca tinha passado por sua cabeça tocar com Padre Marcelo. “Eu sempre o ouvia muito. Tenho os seus primeiros CDs. Tocava várias músicas, principalmente dos primeiros CDs que faziam grande sucesso. Eu acompanhava sua trajetória desde a época em que ele ainda Diácono e depois Padre. Ele trouxe muitas pessoas para dentro da igreja. Nunca imaginei que algum dia faria parte da sua banda. É uma responsabilidade muito grande, pois acaba que somos um espelho para várias outras pessoas que sonham algum dia tocar ao lado de um grande artista como o Padre Marcelo Rossi”, disse.

Flávio explica a diferença entre tocar com Padre Marcelo Rossi e na igreja com as apresentações em casas de shows de São Paulo. “Dentro da igreja você toca por amor. Não que no sertanejo ou em outros estilos você não toque, mas na igreja parece que é diferente, parece que você está ali por algo maior. É um sentimento diferente. Isso acabou me ajudando muito, pois antes, por incrível que pareça, eu tinha muito medo de tocar”, contou.

Costumo brincar que tenho dois Jesus lá em cima, Jesus e meu pai. Ele não pode em vida ver eu tocando em uma grande banda, me apresentando para grandes públicos. Mas tenho certeza que lá de cima ele está acompanhando tudo e deve estar muito orgulhoso. Quero no futuro poder voltar a me dedicar 100% a música, voltar a dar aulas presenciais e continuar, até quando Deus me permitir, a tocar ao lado do Padre Marcelo Rossi, uma pessoa que tenho grande admiração e com a qual eu aprendo todos os dias a ser uma pessoa melhor”, finalizou Flávio Dezembro.

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Foto Destaque: Reprodução.

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