Mulheres fazem denúncia coletiva contra médicos por violência obstétrica, no DF

Malu Leal Por Malu Leal
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Em denúncias, o médico obstetra Shakespeare Novaes já teve o nome citado por 15 pacientes. Ele já está respondendo na Justiça pela morte de um bebê em 2021. Em relatos voluntários, tanto das vítimas quanto dos seus acompanhantes, diversas reclamações foram feitas sobre o atendimento do obstetra no pré-natal, parto e pós-parto. As denúncias também se expandiram à maternidade Brasília – hospital na região do Sudoeste, onde o médico realizava atendimentos.

Das 28 denúncias feitas, 13 delas relatam o mau atendimento de Shakespeare na maternidade Brasília e, outras 13, se referem à mesma unidade de saúde, mas sobre atendimentos feitos por outros profissionais. Em dois casos o nome de Novaes aparece novamente, desta vez, em atuação em outros hospitais do Distrito Federal.


Maternidade Brasília, no Sudoeste de Brasília. Foto/Reprodução: TV Globo.


Em nota oficial, o Conselho Regional de Medicina garantiu que a investigação relacionada à Shakespeare Novaes deve ser concluída em breve. Além disso, também afirmou que, caso o tribunal de ética entenda que houve, de fato, falha grave por parte do médico, o mesmo pode ter o exercício profissional cassado ou suspenso.

A maternidade Brasília, outra parte envolvida no processo, fez garantias de que Shakespeare está afastado do hospital. Disse ainda que “a instituição preza pelo cuidado dos pacientes e pela melhor prática assistencial”. Por meio de nota, o obstetra informou que ainda não recebeu nenhuma notificação da denúncia coletiva.

O coletivo Nascer Direito, que tem como principal objetivo o combate à violência obstétrica, entregou ao Ministério Público 16 denúncias onde os bebês sofreram com as sequelas da violência e outras 15 nas quais a mãe foi a vítima. Entre as principais sequelas para os bebês destaca-se paralisia cerebral, convulsões e desconforto respiratório. Já para as mães, os mais recorrentes foram edemas, hemorragias e infecções.

Foto destaque: uma a cada quatro gestantes sofrem com a violência obstétrica no Brasil. Reprodução: Getty Images.

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