A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (24), que haverá um reajuste no preço da gasolina em R$0,23 para as distribuidoras. Por isso, a partir desta quarta-feira (25), o litro será comercializado por R$3,31, ao invés dos usuais R$3,08 que vinham sendo cobrados. Apesar disso, em Belo Horizonte e região metropolitana, os postos vendem o combustível por um valor médio de R$4,80.
A empresa afirmou, em nota, que o reajuste seria coerente com “a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.
Assim, adotada para precificar os combustíveis, a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) tem como base o valor do barril de petróleo cotado em dólar no mercado internacional. Além disso, as taxas necessárias para a importação também são incluídas.
A Petrobras afirma, com esse aumento, que a parcela referente a estatal no preço final que será pago ao consumidor será de R$2,42 por litro vendido. Entram ainda, na composição de preços, as margens de lucro dos postos de combustíveis, além dos impostos. Por outro lado, os tributos federais (Cide, Pis e Cofins) estão zerados até 28 de fevereiro.
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por sua vez, que é cobrado pelos Estados, também sofreu uma redução como consequência da Lei Complementar 192/2022. Essa norma estabeleceu uma alíquota máxima de 17% e 18% na cobrança sobre combustíveis no Brasil. Em Minas Gerais, como exemplo, o valor adotado é de 18%.
Mudança na liderança
O aumento no preço da gasolina está ocorrendo em meio a mudança de comando na presidência da Petrobras. Isso porque o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou o senador Jean Paul Prates como o novo gestor da estatal. Ele substituirá Caio Paes de Andrade, que havia sido nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que renunciou ao cargo no início deste mês.
Fotografia com Lula e Jean Paul Prates (Reprodução/Partido dos Trabalhadores)
O Conselho de Administração da Petrobras tem, nesta quinta-feira (26), uma reunião marcada e, nela, será analisado o nome de Prates, que pode ser aprovado para a presidência, além de integrar uma cadeira no órgão colegiado da Petrobras. Em Fato Relevante ao mercado, a empresa disse que a decisão será anunciada assim que a decisão for tomada.
Em entrevistas e pronunciamentos após a indicação ao comando da Petrobras, o senador afirmou ser contrário à manutenção do PPI e também ao processo de privatização das refinarias, que estavam em curso na gestão de Bolsonaro.
Após a indicação de Lula, Prates salientou que a Petrobras é uma empresa forte e um “exemplo internacional de capacidade técnica, engenho e determinação”. Ele apontou que ela existe como uma empresa de “economia mista”, aliando capitais privados e estatais, e que precisa “conciliar essa natureza ao seu papel estruturante na economia do país”.
Foto destaque: Gasolina sendo colocada em carro em um posto de gasolina (Reprodução/Jovem Pan)
