Pobreza extrema: Auxílio Brasil deixará milhões desassistidos

Erilane Santos Por Erilane Santos
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Desde que a assistência emergencial foi lançada no ano passado, o número de brasileiros que sobreviveram à crise agravada pela pandemia com a ajuda do governo Bolsonaro tem diminuído. No Rio de Janeiro, das 3,51 milhões de pessoas que receberam atendimento emergencial no início de 2020, apenas 967 mil são elegíveis para o novo programa. Ainda há 5,3 milhões de pessoas que participaram do CadÚnico (Cadastro de Programas Sociais do Governo Federal) e, embora tenham direito ao pagamento, não estão incluídas. Especialistas afirmam ser certo que a situação da epidemia melhorou, muitas pessoas retomaram suas atividades e seus rendimentos se recuperaram, não precisam mais da ajuda do governo, no entanto, com o aumento do desemprego, aumento da inflação e aumento da fome, muitas pessoas ainda não têm acesso a serviços, renda e fragilidade social.

A falta de atendimento emergencial e a não inscrição no CadÚnico deixam sem renda Adriana da Silva, de 34 anos, mãe de dois filhos pequenos e mora em Coelho Neto, zona norte do Rio. Dados divulgados pelo Centro de Pesquisas Macroeconomia (Made / USP) da Universidade de São Paulo em abril mostram que o Brasil caiu na pobreza extrema após o fim do atendimento emergencial. No momento de nossas vidas, sem ajuda, sem empregos e com inflação de dois dígitos, só podemos lamentar que o sofrimento e a pobreza do país aumentem — Paula Carvalho, Diretora de Relações da Agência da Rede Básica do Brasil lamenta a renda.


Mihões de famílias ficarão desassistidas com o novo Auxílio Brasil.(Foto:Reprodução/opovo)


 

Leandro Ferreira, presidente da Rede Brasil de Renda Básica, disse ser importante entender que a situação de pobreza que o Brasil vive hoje também se deve aos graves danos ao mercado de trabalho causados ​​pela pandemia. Segundo dados do Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil, que começou a pagar na última quarta-feira, tem cerca de 61% dos domicílios beneficiados nas regiões Norte e nordeste. Em terceiro lugar está o Norte com 12,27% (1,7 milhão de domicílios), seguido pelo sul com 6,45% (935.500 domicílios) e o Centro-Oeste com 4,81% (6,984 milhões de domicílios). Os números mostram que o número de beneficiários caiu de 303.654, quando ainda recebiam o antigo programa de auxílio-família, em outubro do ano passado, para 300.363 que passaram a custear o programa de auxílio brasileiro no dia 17. Os números do Auxílio Brasil no Rio de Janeiro também mostram que dos 300.363 domicílios cadastrados, 198.828, ou 66,20%, recebiam renda média de 199,23 reais.

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Marcelo Neri, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, alertou que, além de aumentar a pobreza, a falta de uma renda mínima para os excluídos do Auxílio Brasil afetará diretamente a recuperação econômica. Portanto, quando você corta esses recursos, o declínio econômico é maior que a redução dos recursos, porque essas pessoas param de consumir, param de consumir, e as rodas da economia vão para trás — pesquisa de estimativas da FGV.

 

Foto destaque: milhões de cidadãos fluminenses não receberão o Auxílio Brasil. Reprodução/mixvale

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