Os dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público (Gaesp) mostram que o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo aumentou 24% de janeiro a julho de 2023, se comparado ao mesmo período no ano passado. O mês de julho deste ano foi o que mais registrou aumento no número de mortos, com 33 vítimas.
Nesses sete meses do ano de 2023, já foram 185 pessoas mortas por policiais militares trabalhando. Em 2022, foram 149. Os dados atualizados nesta última terça-feira (1) indicam também que 63 pessoas foram mortas por policiais militares fora do horário de expediente. Em 2022, no mesmo período, foram 75 mortos.
Viaturas da Polícia Militar de São Paulo. (Reprodução/CNN)
Com a Operação Escudo, que acontece desde o último dia 28, depois que um policial militar da Rota em Guarujá foi morto, até 1° deste mês, foram mortas 13 pessoas por policiais militares em Santos e em Guarujá, cidades onde acontece a operação. Nesta quarta-feira (2), o número de mortos chegou a 16 no total. O Ministério Público, por sua vez, apresentou dados, ainda em 2020, que já indicavam uma tendência de queda na taxa de letalidade de policiais nos últimos dois anos. Os números só foram caindo ao longo dos anos. Em 2020, foram registradas 484 mortes, o número caiu para 313 no ano seguinte e depois para 149 em 2022.
Sobre o número de mortes apontado, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse à CNN que “os números mostram que a principal causa das mortes decorrentes de intervenção policial não é a atuação da polícia, mas sim a opção do confronto feita pelo infrator, que subjuga as vítimas, colocando-as em risco, assim como todos os participantes da ação”, disse a SSP.
Os dados do Gaesp
Em termos de comparação, considerando os meses de janeiro a julho, no ano de 2022, os números apontaram que as mortes por PMs em serviço foram de 149 no total, tendo o mês de março como o que mais houve mortes, enquanto as mortes fora de serviço foram 75, com o mês de maio registrando o maior número de mortos. A pesquisa mostra também os números de mortes nos anos de 2021 e 2020. Em 2021 foram 313 mortes por PMs em serviço, enquanto as mortes por PMs fora de serviço foram 60 no total. Em 2020, 484 mortes foram registradas em serviço, enquanto fora do serviço foram 74 mortes.
Secretaria de Segurança Pública se posiciona sobre o caso
A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo emitiu uma nota se posicionando a respeito dos dados levantados pelo Gaesp. De acordo com a pasta, no primeiro semestre deste ano, as forças policiais detiveram um total de 95.394 pessoas, o que significou para a SSP “um aumento de 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior”, diz um trecho da nota.
A pasta diz, ainda, que em 99,76% de todas as ocorrências, não há registro de mortes em confronto com a polícia. Diz que as mortes decorrentes da intervenção policial “não é a atuação da polícia, mas sim a opção do confronto feita pelo infrator” e que “a pasta continua investindo de forma contínua no treinamento do efetivo e na implementação de políticas públicas para reduzir as mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP), que incluem o aprimoramento constante dos cursos e treinamentos”, finaliza. A pasta informou também que há, por parte do Ministério Público, uma investigação rigorosa de todos os casos dessa natureza.
Foto Destaque: Emblema da Polícia Militar de São Paulo. Reprodução/Pixabay