De acordo com pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde, só nos quatro primeiros meses de 2023, os casos de dengue cresceram 37% em relação ao mesmo período do ano passado. No início de março, a Anvisa aprovou uma nova vacina contra a dengue, a Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda.
O novo imunizante começou a ser distribuído em clínicas particulares na última semana e pode ser aplicado em pessoas de 4 a 60 anos que já tiveram contato com a doença ou que buscam uma forma de prevenção. A imunização será feita através de duas aplicações, que deverão ser feitas com um intervalo de três meses entre a primeira e a segunda dose. Testes clínicos apontam que a taxa de eficácia é de 80,2%. No entanto, os preços variam de R$ 350 a R$ 500.
Apesar de o país ter batido recordes de casos fatais de dengue e a doença estar cada vez mais em evidência novamente, tendo sido confirmados mais de 1,3 milhões de casos e 635 mortes em território nacional somente nesse ano, a vacina só deve chegar a rede pública em 2025.
Laboratório de desenvolvimento da vacina no Instituto Butantan (Foto/Reprodução/Edilson Dantas/O Globo)
Para funcionários do Ministério da Saúde, a vacina japonesa ainda precisa passar por análises internas antes de alcançar um público maior. Além disso, a prioridade será do imunizante desenvolvido nacionalmente pelo Instituto Butantan, embora ele esteja em fase de pesquisa até então.
O laboratório que ajudou na elaboração da Qdenga afirma que foram realizados 19 estudos divididos em três fases, que duraram anos e foram feitos com testes em mais de 28.000 crianças e adultos, antes da vacina ser aprovada.
“Esperar uma vacina do Instituto Butantan pode custar vidas, principalmente dos grupos mais vulneráveis. O ministério deve ter sensibilidade para entender que essa vacina é necessária o mais imediatamente possível para alguns grupos”, opinou o infectologista Alexandre Naime Barbosa, em entrevista para “O Globo”.
Foto Destaque: início da vacinação contra a dengue. Foto: ReproduçãBBC