Zara e outras grandes marcas recebem denúncia de trabalho forçado

Anna Miranda Por Anna Miranda
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Recentemente, veio à tona uma nova denúncia de exploração de trabalho forçado envolvendo a minoria uigur, na China, que tem como alvo grandes empresas da indústria da moda, como a empresa matriz da Zara, o grupo Inditex, e a marca japonesa Uniqlo. Essa denúncia foi feita por um coletivo de associações, incluindo a organização anticorrupção Sherpa, o coletivo francês Ethique sur l’étiquette, o Instituto Uigur da Europa (IODE) e uma mulher uigur que foi detida na região de Xinjiang, no noroeste da China

 

De acordo com as entidades mencionadas, existem alegações de que as empresas Uniqlo France, que pertence ao grupo japonês Fast Retailing, a empresa espanhola Inditex, dona das marcas Zara, Bershka e Massimo Duti, o grupo francês SMCP, que engloba as marcas Sandro, Maje e De Fursac, e a multinacional de calçados Skechers, estariam envolvidas na comercialização de produtos fabricados em fábricas onde supostamente ocorre trabalho forçado, envolvendo a população uigur, envolvendo casos de exploração, submissão, condições precárias de trabalho, entre outros. Segundo organizações não governamentais, estima-se que mais de um milhão de indivíduos estejam detidos em condições desumanas na região de Xinjiang.


<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”fr” dir=”ltr”>Travail forcé des <a href=”https://twitter.com/hashtag/ouighours?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw”>#ouighours</a> : en avril 2021, nous déposions plainte contre 4 enseignes d&#39;habillement pour recel de crimes contre l&#39;humanité. <br>Aujourd&#39;hui, avec <a href=”https://twitter.com/UyghurInstitute?ref_src=twsrc%5Etfw”>@UyghurInstitute</a> et <a href=”https://twitter.com/Asso_Sherpa?ref_src=twsrc%5Etfw”>@Asso_Sherpa</a>, nous demandons l&#39;ouverture d&#39;une enquête judiciaire.<br>⬇⬇ <a href=”https://t.co/135EQHeyIF”>pic.twitter.com/135EQHeyIF</a></p>&mdash; Collectif ESE (@Collectif_ESE) <a href=”https://twitter.com/Collectif_ESE/status/1658751958591721472?ref_src=twsrc%5Etfw”>May 17, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>

Collectif ESE em declaração a denúncia. Reprodução: Twitter


Pronunciamentos:

Entretanto, os quatro grupos mencionados na denúncia negam as acusações de envolvimento com trabalho forçado na fabricação de seus produtos. A Inditex, ao ser questionada sobre o assunto, reiterou que já se pronunciou publicamente diversas vezes, afirmando que as acusações são infundadas. A empresa enfatiza que realiza verificações rigorosas de rastreabilidade para garantir a origem de seus produtos e mantém uma política de tolerância zero em relação ao trabalho forçado.

 

A SMCP, responsável pelas marcas Maje, Sandro, Claudie Pierlot e De Fursac, também refuta as acusações e alega ser vítima de difamação. Quanto à Fast Retailing, ela declarou não ter sido notificada pelas autoridades sobre a denúncia, mas se comprometeu a cooperar plenamente com qualquer investigação para mais uma vez comprovar que não há trabalho forçado em suas cadeias de suprimentos. Até o momento, a Skechers não se pronunciou sobre as acusações.

Ressaltando que, muitas marcas de moda haviam se comprometido a não utilizar algodão proveniente de Xinjiang, que corresponde a um quinto da produção global, mas que indicam que não são responsavéis quando há terceirização do trabalhodo envolvendo fornecedores.

 

Foto Destaque: Fachada loja da Zara, SP. Reprodução/Divulgação

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