Nesta quarta-feira (10), foi feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pedido pelo acesso total a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, este que foi cooperante de ordens de Jair durante seu mandato como presidente.
Investida da defesa
O pedido da defesa do ex-presidente foi feito ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na esfera do inquérito que investiga a apropriação ilícita de joias do acervo presidencial.
No cenário do caso tem-se que Bolsonaro, Mauro Cid e mais dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato (apropriação indevida de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro. As informações anteriormente disponibilizadas por Cid foram usadas no relatório da PF (Polícia Federal), que baseou o indiciamento e foi entregue ao ministro do Supremo na última sexta-feira (5).
Segundo a defesa, a liberação autos principais e pertinentes além de registros audiovisuais integrados de todos os atos da delação devem ser irrestritos. O pedido ainda contém a disponibilização das negociações e depoimentos prévios à celebração e homologação do acordo. Paulo Amador Bueno, Daniel Tesser, Saulo Segall, Thais Guimarães, Fabio Wajngarten e Clayton Soares foram advogados que assinaram a petição. Fabio Wajngarten também foi indiciado no caso do possível desvio das joias, o advogado é ex-chefe da Secretaria de Comunicação e assessor de Jair Bolsonaro.
Esta não foi a única petição protocolada, ontem, em mais um pedido, os responsáveis pela defesa de Jair classificaram o indiciamento como “anômalo” e solicitaram amplo acesso aos autos da investigação considerando a midiática informação sobre o indiciamento e conclusão da apuração. Anteriormente, os advogados já haviam destacado em nota que Jair Bolsonaro não pretendia ter ou locupletar bens que poderiam ser como públicos.
Os depoimentos de Mauro Cid ainda são usados em mais dois outros inquéritos além do caso de apropriação das joias, ambos relacionados ao ex-presidente. Os inquéritos em questão são voltados à inserção de dados falsos na carteira de vacinação de Bolsonaro e a apuração do golpe previsto em 8 de janeiro, com a intenção de impedir a posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
8 de Janeiro de 2023
No dia 8 de Janeiro de 2023 houveram ataques golpistas, também conhecidos como “Intentona Bolsonarista”, onde inúmeros atos de vandalismo, invasões e depredações do patrimônio público em Brasília foram cometidos por dezenas de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O acontecimento já é considerado um fato histórico e marca de forma extrema o cenário da política brasileira na última década.
Estimativas indicam que o número de pessoas que participaram dos atos pode ser cerca 20 mil. Outra imagem vinculada ao golpe acontecido, foi o acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General (QG) do Exército na capital federal, há mais de dois meses, que foi tomado pelos extremistas logo após as eleições. Estima-se que cerca de 4 mil pessoas deixaram o acampamento e foram para a Esplanada dos Ministérios.