Disparam números de mortes no trânsito por motos
O Brasil vive um retrocesso preocupante na segurança viária. Nos últimos meses, os acidentes de trânsito com motos cresceram de forma acentuada, puxando para cima o total de mortes nas estradas e vias urbanas do país. Motociclistas, que representam uma parte crescente dos usuários de transporte individual, estão no centro das estatísticas mais alarmantes: são […]
O Brasil vive um retrocesso preocupante na segurança viária. Nos últimos meses, os acidentes de trânsito com motos cresceram de forma acentuada, puxando para cima o total de mortes nas estradas e vias urbanas do país. Motociclistas, que representam uma parte crescente dos usuários de transporte individual, estão no centro das estatísticas mais alarmantes: são as principais fatalidades.
Enquanto o número de carros aumenta de maneira estável, a frota de motos disparou. Muitas vezes impulsionada pelo avanço de serviços de entrega e deslocamento em cidades mal servidas por transporte público.
Com a motocicleta tornando-se uma ferramenta de trabalho para milhões de brasileiros, especialmente em regiões periféricas, os riscos de acidentes cresceram em paralelo. A informalidade, a formação insuficiente e a ausência de políticas públicas de proteção a esse grupo contribuem para o cenário atual, que especialistas já classificam como uma “epidemia silenciosa”.
Uso intensivo e despreparo elevam riscos
A combinação entre aumento da frota e falta de capacitação dos condutores tem sido apontada como uma das principais causas para a elevação dos acidentes. Muitos motociclistas trabalham sob pressão, com metas de entrega, horários apertados e pouco tempo para descanso, o que reduz a atenção e aumenta a imprudência. Além disso, uma parcela expressiva desses condutores nunca passou por cursos adequados de direção defensiva.

Outro fator é o desrespeito à legislação de trânsito. Ultrapassagens perigosas, não uso de equipamentos de segurança e pilotagem em vias inadequadas são comportamentos recorrentes. Tudo isso, somado à falta de fiscalização, resulta em tragédias diárias que, embora previsíveis, continuam sendo tratadas com descaso por parte do poder público.
Sistema de saúde sobrecarrega e famílias sofrem
Além das perdas humanas, os acidentes com motocicletas sobrecarregam o sistema público de saúde. Estima-se que as internações por trauma gerado por acidentes com motos custem ao SUS centenas de milhões de reais por ano. Muitos dos sobreviventes ficam com sequelas permanentes, sem contar o impacto emocional e econômico nas famílias.
O aumento dessas ocorrências também gera consequências sociais significativas: perda de renda, aumento da dependência de benefícios assistenciais e desestruturação familiar. O desafio, agora, é garantir medidas emergenciais para conter o avanço dessa crise. Investir em infraestrutura segura, campanhas de conscientização e fiscalização rigorosa não é mais uma opção — é uma urgência.
