O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (11) que expressou a Donald Trump sua preocupação com a escalada militar na América Latina. A princípio, Lula afirmou que a conversa ocorreu por telefone na semana passada e tratou diretamente da tensão envolvendo a Venezuela.
Ainda mais, Lula relatou que reforçou ao presidente dos Estados Unidos que a região defende estabilidade. “Nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”, disse o presidente durante discurso em Belo Horizonte.
A tensão crescente na Venezuela
Ainda durante o relato, Lula afirmou que Trump reagiu com menção ao poderio militar norte-americano. Assim, para o presidente brasileiro, porém, o diálogo deve prevalecer. Ele disse que prefere “o poder da palavra” a qualquer demonstração bélica. Pouco antes, a fala ocorreu na abertura da Caravana Federativa, em Minas Gerais. Mais tarde, a Secretaria de Comunicação ajustou a data da ligação e informou que a conversa citada ocorreu na semana anterior.
Barricada antitanque em Caracas após tensões regionais (Foto: reprodução/Juan Barreto/AFP/Getty Images Embed)
Ao passo que a crise venezuelana domina o cenário geopolítico sul-americano, desde agosto os Estados Unidos mantêm forte presença militar no Caribe sob o argumento de combater o narcotráfico. A movimentação, no entanto, tem sido interpretada por governos da região como pressão direta sobre o regime de Nicolás Maduro. Na semana passada, Lula conversou com o presidente venezuelano e discutiu a necessidade de preservar a paz no continente.
Atuação diplomática do Brasil
Nesse ínterim, Trump declarou em novembro que os EUA podem iniciar operações terrestres para enfrentar grupos ligados ao tráfico na Venezuela. Segundo o republicano, ações navais dificultaram rotas criminosas e abriram espaço para uma nova fase militar.
Enquanto isso, o Brasil busca mediar o impasse, visto que Lula já se ofereceu para aproximar EUA e Venezuela em diferentes ocasiões. Ele defende que o respeito à soberania regional precisa orientar qualquer decisão. Pouco depois, em outubro, o presidente alertou que invasões unilaterais criariam um ambiente sem regras claras. A conversa entre Lula e Trump também abordou caminhos para cooperação envolvendo polícias e ministérios da Justiça dos países. Para o governo brasileiro, a construção de soluções conjuntas reduz riscos e fortalece a estabilidade regional.
A disputa ganhou novos contornos após Trump afirmar que Maduro ignorou um ultimato para deixar o cargo. Além disso, fontes internacionais relataram que Washington teria oferecido passagem segura à família do líder venezuelano para acelerar uma transição política. A iniciativa buscava diminuir tensões no Caribe em meio ao avanço de operações militares norte-americanas.
