Ex-casal que aplicou golpe de estelionato em famosos é condenado

Victor Kallut Por Victor Kallut
3 min de leitura
À esquerda, Murilo Rosa; à direita, Juliana Paes (Reprodução/Instagram/@murilorosa_oficial/@julianapaes/Montagem por Victor Kallut)

Em São Paulo, um homem e sua ex-esposa foram condenados a três anos em regime aberto pelo crime de estelionato, sob a acusação de serem os criadores de um esquema que prometia até 8% de lucro ao mês. O suposto investimento, que eles diziam se tratar de compra e venda de veículos seminovos, atraiu famosos como os atores Murilo Rosa e Juliana Paes e o ex-jogador de futebol Luís Fabiano. No julgamento, outros quatro réus foram absolvidos. O golpe aconteceu em 2017 e a sentença saiu em 29 de janeiro deste ano, na qual também obriga os criminosos a devolverem R$ 1,3 milhão de reais às vítimas.

Saiba como funcionava o esquema 

As vítimas conheciam os dois criminosos, que se chamam Alisson Alcoforado de Araújo e Cleide Pereira, por intermediários, e faziam a aplicação do dinheiro sob a promessa de lucros que variavam de 4% a 8% por mês. Conforme os golpistas, o investimento era para a aquisição de veículos seminovos no mercado com preços baixos, que seriam revendidos a concessionárias por um valor acima do que foram comprados, dando o retorno prometido aos investidores.


O ex-jogador de futebol Luís Fabiano também foi vítima do golpe (Foto: reprodução/Instagram/@luisfabianooficial)

Os que forneceram seu dinheiro aos estelionatários chegaram a receber retorno financeiro nos primeiros meses; no entanto, esse não vinha da revenda de automóveis, mas de novas vítimas que também entravam no esquema. Segundo a justiça, nunca houve veículo algum envolvido no negócio.

O que dizem as partes envolvidas

De acordo com Alisson, ele trabalhou durante anos com venda de carros, e teria recebido um telefonema sobre um esquema que envolvia veículos seminovos, mas que demorariam cerca de 30 dias para chegar. Ele afirmou que, por não ter o dinheiro em mãos, procurou investidores para conseguir o dinheiro, o que obtinha com contratos informais. Cleide, na época sua esposa, diz que nunca participou do esquema, mas somente emprestava sua conta bancária para Alisson efetuar as transações.

As três celebridades envolvidas no caso — Juliana Paes, Murilo Rosa e Luís Fabiano — afirmaram que adentraram no esquema devido aos conselhos de Fernando de Souza, que serviu como consultor financeiro e para quem os três faziam as transferências que seriam destinadas a Alisson. A justiça considerou Fernando também como vítima, e ele afirmou que “trabalhou de forma insaciável para demonstrar a verdade dos fatos e comprovar a sua inocência”.

O juiz do caso, após analisar as provas, concluiu se tratar de uma “clássica pirâmide financeira”, baseada em uma estrutura na qual os benefícios dos associados depende da entrada de novos integrantes no esquema.

Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile