O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi motivada pelo descumprimento de obrigações judiciais impostas em etapas anteriores do processo. A decisão amplia as restrições anteriormente aplicadas, como o uso de tornozeleira eletrônica. A prisão domiciliar inclui agora a proibição de saídas e de receber visitas.
Restrição integral de liberdade
Com a nova determinação, Jair Bolsonaro está impedido de deixar sua residência em qualquer horário, inclusive nos finais de semana. Também está vetado de manter contato presencial com terceiros, salvo por autorização judicial. As medidas substituem o regime anterior, que permitia circulação diurna em dias úteis. Moraes considerou que o ex-presidente infringiu obrigações anteriormente fixadas.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou horas após a divulgação da ordem de prisão. Pelo Instagram, ela compartilhou um versículo bíblico, em tom de confiança espiritual diante da decisão judicial. “E os céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz”, publicou. A postagem foi feita nos stories, sem comentários adicionais. Michelle tem adotado posicionamentos públicos pontuais desde o avanço das investigações contra Bolsonaro.
Post feito por Michelle após prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@michellebolsonaro)
Clima de tensão no campo político
Aliados do ex-presidente consideram que a decisão tende a intensificar o clima de tensão entre seus apoiadores e o Poder Judiciário. Deputados alinhados a Bolsonaro usaram as redes sociais para criticar a medida, chamando-a de “desproporcional”. Já integrantes do STF defendem que a ação segue critérios técnicos e jurídicos. A polarização no debate institucional continua intensa. A nova fase do inquérito deve incluir outras diligências ao longo dos próximos dias.
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro representa mais um capítulo de uma crise político-jurídica que se estende desde o fim de seu mandato. Com o aprofundamento das apurações, ex-integrantes do governo federal passaram a figurar entre os principais alvos das investigações conduzidas pelo STF. Ao mesmo tempo, cresce a expectativa por eventuais desdobramentos sobre outros aliados. O cenário segue instável e sob forte atenção institucional.
