Milton é o pior furacão em cem anos

Entenda os fatores que fazem esse furacão ser tão perigoso

Fernanda Eirão Por Fernanda Eirão
4 min de leitura
Foto destaque: o furacão Milton impressiona especialistas pela sua rápida intensificação (Reprodução/Pixabay)

O furacão Milton ganhou força desde que passou pelo Golfo do México na segunda-feira (07), tornando-se um furacão categoria 5, o mais alto na escala Saffir-Simpson. Ele deve tocar o solo da Flórida, em Tampa, na madrugada desta quinta-feira (10) e tem um grande potencial de destruição. Especialistas apontam que essa pode ser a pior temporada de furacões já registrada na história. 

Mais furacões intensos

Os Estados Unidos ainda estão se recuperando da passagem do furacão Helene, no fim de setembro, o segundo maior furacão a atingir os EUA nos últimos 50 anos, com 235 mortes nos estados da Carolina do Norte e do Sul, Geórgia, Flórida, Tennessee e Virgínia. O furacão Milton se encaminha para ser o terceiro pior.

A rápida mudança de intensidade do Milton é algo que assusta, pois o furacão mudou de classificação 2 para 5, algo explicado pelo recorde de calor nas águas do Golfo do México. De acordo com os meteorologistas, esse é um fator que tem favorecido a sequência desses fenômenos, juntamente com as transições para o La Niña.


O furacão Milton deve causar grande devastação na cidade de Tampa, na Flórida (Foto: reprodução/ Bryan R. Smith/AFP/Getty Images embed)


Segundo observação de Fábio Luengo, meteorologista do site Climatempo, “Para ganharem força, os furacões precisam de um oceano muito quente para usar de combustível. Então, quanto mais quente o oceano, mais forte deve ser a tempestade”. Uma das tempestades mais devastadoras dos últimos tempos foi o Michael, em 2018, de categoria 4. Em um estudo publicado este ano pelo periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), alguns cientistas propuseram a criação de uma categoria 6, para classificar esses novos super furacões que estão se formando em decorrência do aquecimento do mar, associado às mudanças climáticas. O furacão Milton se encaixa nesta descrição.

Os esforços de evacuação

O presidente Joe Biden cancelou sua viagem à Ásia para poder acompanhar os desdobramentos da passagem do furacão pelos Estados Unidos. Como o furacão deve atingir a região metropolitana de Tampa, que é o maior centro comercial da costa oeste da Flórida, parte da população local já começou a evacuar a cidade. Grandes engarrafamentos já foram registrados desde segunda-feira (07) na Interstate 75, a rodovia que vai para o norte do estado.


O governador do estado da Flórida alertou a população sobre o furacão Helene, de categoria 4 (Foto: reprodução/Chandan Khanna/AFP/Getty Images embed)


O olho do furacão pode chegar a qualquer área da costa da Flórida, incluindo Cedar Key, no norte, e Naples, no sul. A área de Ft. Myers também está sob risco. Na segunda-feira, o governador do estado, Ron DeSantis, concedeu uma entrevista coletiva alertando a população da intensificação do furacão e aumentando para 51 o número de condados em estado de emergência. A prefeita de Tampa avisou a seus conterrâneos: “Se você escolher ficar em uma das zonas de evacuação, você vai morrer”. Das cinco regiões de Tampa, duas são de área de evacuação obrigatória, de acordo com as autoridades locais.

São esperados ventos de até 285 km/h e a devastação pode ser ainda maior, já que a área da Baía de Tampa ainda está se recuperando do furacão Helene. As autoridades alertam para a evacuação imediata, que é uma questão de vida ou morte. A candidata democrata à presidência, Kamala Harris, também se juntou ao esforço, pedindo aos moradores para abandonarem as suas casas o mais rápido possível.

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