Nicolás Maduro anuncia reforma constitucional na Venezuela

Reformas tem algumas medidas polemicas

Rafael Almeida Por Rafael Almeida
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Foto destaque: Presidente da Venezuela Nicolás Maduro (Reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)

Com cerca de um mês faltando para assumir a posse de mais um mandato presidencial, Nicolás Maduro anunciou uma reforma constitucional. A reforma foi comunicada ao público pela televisão, e, segundo Maduro, as medidas visam “consolidar a soberania popular”.

As medidas parecem estar alinhadas com as novas visões do chavismo, que, nesta nova fase, já começou com algumas polêmicas, principalmente em relação aos resultados eleitorais. Essa fase visa reforçar o controle político do governo.

“Formei uma equipe com grandes assessores internacionais e nacionais para pensar, junto ao nosso povo, em uma grande reforma constitucional que democratize ainda mais a sociedade venezuelana.”

Nicolás Maduro durante anúncio na televisão

Reformas visam manter Maduro no poder

As mudanças propostas não chegaram a ser detalhadas. No entanto, no contexto político, elas devem ser vistas como uma forma de manter Nicolás Maduro no poder, algo que não pode ser considerado inédito. Em 2017, ele já havia convocado uma Assembleia Constituinte sob a justificativa de “pacificar” o país, que na época enfrentava intensos protestos. Na ocasião, Maduro não alterou a Constituição vigente. Contudo, as medidas tiveram impacto com a aprovação de leis repressivas, reforçando a ideia de paz de maneira forçada.


Medidas parecem anunciadas parecem ter como objetivo manter Maduro no poder (foto:reprodução/AFP/PEDRO RANCES MATTEY/Getty Images Embed)


Agora, um novo desafio surge no horizonte, já que, em 2025, eleições parlamentares e regionais devem ser realizadas. Com o atual cenário de acusações de fraude e um governo cada vez mais descredibilizado, essas eleições podem se tornar uma virada de chave política essencial para o país.

Diplomacia externa em crise

Todas essas medidas não saíram intactas. O governo de Maduro vem enfrentando uma forte crise internacional, com a diplomacia do país, especialmente com os países da região, sendo cada vez mais enfraquecida desde as eleições polêmicas.

Países como o Brasil e a Argentina têm tentado agir como mediadores da situação. No entanto, atitudes e trocas de ofensas por parte de diplomatas venezuelanos e do próprio presidente têm contribuído para aumentar a crise diplomática com os vizinhos.