ONGs apontam cortes internacionais após megaoperação no Rio
ONGs brasileiras denunciaram a megaoperação no Rio de Janeiro a cortes internacionais, acusando o governo estadual de promover uma política de segurança letal
Após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha que resultou em dezenas de mortes, ONGs brasileiras começaram a mover esforços para pressionar organismos internacionais. A mobilização busca financiamento externo e denúncias contra as violações consideradas graves nas comunidades afetadas do Rio de Janeiro. Organizações presentes no manifesto incluem Anistia Internacional Brasil, Conectas, Justiça Global, Observatório de Favelas, Instituto Papo Reto e outros movimentos que atuam em comunidades periféricas.
Críticas nacionais e articulação internacional
Vinte e sete organizações de direitos humanos divulgaram uma nota conjunta classificando a ação como “matança produzida pelo Estado brasileiro”. Elas acusam o governo estadual, liderado por Cláudio Castro, de adotar uma lógica de guerra, enfatizando o uso excessivo da força e mortes entre civis como política de segurança.
Além das acusações internas, surgem mobilizações para alcançar organismos internacionais. As ONGs buscam cortes e sanções diplomáticas como forma de responsabilizar o Brasil por violações alegadas de direitos humanos. Ao colocar os olhos fora das fronteiras nacionais, essas entidades pretendem gerar pressão externa sobre autoridades públicas para que haja investigação, reparação e revisão das táticas de segurança.

Operações no Rio são alvo de ONGs que buscarão cortes internacionais (Foto: reprodução/José Lucena/TheNews2/Estadão)
Repercussões políticas e resposta oficial
O Governador Cláudio Castro rejeitou críticas e tratou acusações de ONGs como tentativas de politizar a operação. Ele afirmou que, se necessário, excederia competências para cumprir “a missão de servir e proteger o povo”. Por outro lado, ONGs reforçam que discursos de combate ao crime não justificam vidas perdidas e demandam formas de segurança pública baseadas em direitos, planejamento e controle judicial. A ação nas favelas, para essas entidades, reforça padrões históricos de violência contra populações periféricas.
Internacionalmente, a atuação gera repercussão: a Organização das Nações Unidas, a ONU, expressou horror e pediu investigações independentes após os relatos da operação. Organismos de direitos humanos globais monitoram o caso como indicativo de abusos policiais em grandes operações urbanas.
