Por meio de um decreto executivo, o governo equatoriano informou que as atividades profissionais estarão suspensas nesta quinta-feira (18) e na sexta-feira (19). Esta paralisação se deve ao corte de fornecimento de energia e ao estado de emergência do setor energético. O presidente do país atribuiu este acontecimento à sabotagem.
Investigação do caso e manutenção
De acordo com o governo, serão feitas manutenções nos setores elétricos e por isso, haverá racionamento de energia nos horários programados pelo Ministério de energia.
O governo comunicou também que após investigação preliminar feita pelo Ministério da Energia, conclui que funcionários em cargos altos na empresa de energia, incluindo Andrea Arrobo, que foi demitida nesta terça-feira (16) do cargo de ministro, teriam ocultado informações importantes sobre o funcionamento do sistema energético nacional.
O presidente fez a seguinte declaração sobre o ocorrido:
“Os cortes de energia não responderam apenas às circunstâncias ambientais, mas também a atos de corrupção e negligência sem precedentes”.
A presidência informou também que a diversas centrais de hidrelétricas do país estão em más condições e possui um déficit histórico na vazão da central Coco Codo Sinclair.
O governo comentou sobre este déficit histórico, afirmando o seguinte:
“As análises do Cenace (operador elétrico nacional) indicam que esta situação supera os recordes históricos; e alertou que o déficit energético que o país enfrentaria a partir de Abril seria entre 22 e 27 Gigawatt-hora (GWh) por dia”
Sabotadores foram denunciados pelo governo
De acordo com a presidência, o governo apresentou uma queixa por paralisação do serviço público, apontando 22 suspeitos de sabotagem na energia elétrica do país.
“O governo reitera o seu compromisso de combater a corrupção de frente, especialmente no setor energético, que, como é do conhecimento público, tem sido utilizado por responsáveis de administrações anteriores para obter benefícios pessoais”, comunicou o governo
Na terça-feira (16), Daniel Noboa fez uma denúncia sobre uma alegada interferência no sistema de energia, apontando que essa ação ocorreu em consonância com a proximidade da consulta popular e do referendo agendado para o próximo domingo (21). Ele busca obter respaldo para suas propostas de reforma legal, visando revisar o papel das Forças Armadas na segurança interna do país.
“Não vamos permitir que isso aconteça e, na última semana, eles ficaram infelizes antes da consulta popular porque sabem que vão perder. Esta investigação não vai parar. Já apresentamos ao Ministério Público e o Centro de Inteligência Estratégica (CIES) já está trabalhando nisso. Qualquer pessoa envolvida será considerada um traidor do país, mas uma ameaça à segurança nacional”, afirmou o presidente na terça-feira.
Os cidadãos estão preocupados com a falta de energia, principalmente nas empresas e nas ruas.
Em fevereiro deste ano, o governo havia encerrado o racionamento de energia, afirmando que a estação de seca havia passado, porém os apagões voltaram em diversas partes do país.