Protestos pedem anistia e geram debates políticos em SP e RJ
Neste domingo (7), feriado da Independência, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em diferentes cidades para pedir anistia a pessoas condenadas pelos ataques de 8 de janeiro e outros crimes contra a democracia. Com o lema “reaja, Brasil: o medo acabou”, os manifestantes criticaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de […]
Neste domingo (7), feriado da Independência, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em diferentes cidades para pedir anistia a pessoas condenadas pelos ataques de 8 de janeiro e outros crimes contra a democracia. Com o lema “reaja, Brasil: o medo acabou”, os manifestantes criticaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, chamado de “tirano” pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Protestos em São Paulo e Rio mostram apoio a Bolsonaro e críticas ao STF
Em São Paulo, na Avenida Paulista, uma grande bandeira dos Estados Unidos foi exibida perto do Masp. Cartazes pediam que Donald Trump pressionasse o STF, e faixas pediam o impeachment de Moraes. O protesto reuniu cerca de 42 mil pessoas, segundo estimativas. Em 2024, o ato havia reunido 45 mil pessoas.
No Rio de Janeiro, o protesto aconteceu na orla de Copacabana e reuniu cerca de 42,7 mil pessoas. Considerando a diferença de população, a taxa de mobilização por mil habitantes foi de 4,4 em São Paulo e 8,2 no Rio, e por mil eleitores, 13,2 em São Paulo e 22,1 no Rio.
Durante o discurso na Avenida Paulista, Tarcísio criticou o STF e pediu que o Congresso aprove a anistia. Ele também apoiou a candidatura de Bolsonaro em 2026, dizendo: “Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema? Ele é o nosso candidato”. Alguns manifestantes gritaram “fora, Moraes”, e o governador disse que os gritos mostram o desgaste da população com a atuação do ministro e a situação do país.
Julgamento de Bolsonaro e discussão sobre anistia na Câmara
Bolsonaro não pôde participar do evento por não cumprir medidas restritivas e está em prisão domiciliar. Ele também não pode concorrer a cargos até 2030 por abuso de poder.
Na última terça-feira (2), o STF começou a julgar Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022, com conclusão prevista até sexta-feira (12). Ao mesmo tempo, cresceu na Câmara a discussão sobre a possibilidade de aprovar uma anistia para pessoas condenadas por crimes contra a democracia. Hugo Motta (Republicanos-PB), vem enfrentando a pressão de pessoas a favor de Bolsonaro, mas não colocou projeto em votação na Câmara.
O partido de Bolsonaro, o PL, está à frente da proposta de anistia, com apoio do Centrão. Recentemente, União Brasil e PP, que têm a maior bancada da Câmara, decidiram deixar o governo Lula e apoiar a medida. Tarcísio foi a Brasília para tentar convencer o presidente da Câmara a levar o tema à votação. Ainda não há definição sobre o texto da anistia nem se ela beneficiaria apenas os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 ou também Bolsonaro e outros réus que ainda estão sendo julgados pelo STF.
