Saiba o que disse Daniel Alves em seu depoimento

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
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Daniel Alves (Foto Reprodução/Correio 24 Horas/Foto por Saolab Press/Suttershock)

O jogador de futebol Daniel Alves prestou depoimento ao Tribunal de Barcelona, nesta quarta-feira (7), sobre a acusação de estupro feita por uma mulher de 23 anos, ocorrido supostamente em uma boate da cidade. Ele chorou durante seu testemunho e afirmou que a relação foi consensual, negando ter forçado a denunciante. Após um ano de prisão preventiva e várias mudanças em sua versão do caso, a Justiça tem agora 20 dias para anunciar a sentença.

O Tribunal rejeitou o pedido do Ministério Público para realizar a audiência a portas fechadas, permitindo a presença da imprensa, mas com restrições quanto à captação de áudio e imagem. A identidade da denunciante foi preservada durante seu depoimento, com sua imagem e voz distorcidas.

O que foi dito no depoimento

Daniel Alves, em seu depoimento, disse que se encontrou com seus amigos (três) para ir comer na Taverna del Clínic, por volta das 14h30. Inicialmente, planejavam apenas comer, mas o encontro se estendeu até 1h da manhã. Foram consumidas cinco garrafas de vinho e uma garrafa de uísque japonês.

Alves afirmou ter bebido duas garrafas de vinho e um copo de uísque. Ao saírem do restaurante, foram para Nuba, onde tomaram uma rodada de gin tônica. Devido ao seu estado, Bruno, amigo de Alves, dirigiu o carro, pois Alves estava embriagado.

Posteriormente, foram para Sutton, chegando por volta das 2h30 da manhã. Alves e seus amigos o acompanharam até a mesa 7, mas ele pediu para mudar para a mesa 6, o que foi feito sem problemas.


Daniel Alves em julgamento (Foto: reprodução/O Antagonista)

Ao lado dessa mesa, havia um banheiro próximo, o qual Alves costuma utilizar por ser um cliente frequente do Sutton. Ao chegarem ao estande, começaram a beber e dançar. Duas garotas se juntaram a eles inicialmente, seguidas por três outras, incluindo a reclamante e suas amigas.

Segundo Alves, as meninas não demonstraram desconforto e interagiram amigavelmente. Ele afirma que não precisou insistir para que a reclamante o acompanhasse ao banheiro, e que ela consentiu. Alves alega que, ao abrir a porta do banheiro, praticamente esbarrou com a reclamante, que então iniciou sexo oral nele sem resistência.

Ele descreve a relação como praticamente toda consistindo em sexo oral, negando ter sido violento ou forçado. Alves menciona que a reclamante não expressou desejo contrário à atividade sexual. Ele afirma que não a agrediu e que, ao saírem do clube, estava embriagado e sua esposa estava dormindo em casa.

Alves relata que inicialmente mencionou apenas sexo oral em seu depoimento por considerar que sua esposa poderia perdoá-lo, mas ficou arrasado ao descobrir que estava sendo acusado de estupro pela imprensa, o que resultou em sérias consequências para sua vida pessoal e profissional.

Possível pena

O Ministério Público está buscando uma pena de nove anos de prisão, embora a expectativa seja de que, se condenado, o jogador possa cumprir no máximo seis anos, devido ao pagamento prévio de 150 mil euros à Justiça por sua defesa. No entanto, a advogada da mulher contesta essa possível redução de pena

Além da pena de prisão, o MP solicitou que o jogador seja submetido a dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena e que seja proibido de se aproximar ou se comunicar com a vítima durante esse período. O julgamento continua a atrair atenção pública, enquanto a justiça avalia os desdobramentos do caso.

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