Paralisação do governo dos EUA afeta voos e causa caos nos aeroportos

O transporte aéreo dos Estados Unidos enfrenta dias complicados por causa da paralisação parcial do governo. O secretário de Transportes, Sean Duffy, informou nesta sexta-feira (7) que, se o impasse continuar, pode ser necessário cortar até 20% dos voos programados. A decisão vem em meio a uma série de cancelamentos e atrasos que já atingem milhares de passageiros em diferentes estados.

Segundo dados do site FlightAware, apenas nesta sexta-feira foram mais de 700 voos cancelados e outros 5,3 mil sofreram atrasos. O cenário é consequência direta do shutdown, quando o Congresso não aprova o orçamento federal a tempo, impedindo o governo de pagar parte dos servidores e manter serviços básicos.

Atrasos crescem e aeroportos operam no limite

A Administração Federal de Aviação (FAA) determinou que os aeroportos reduzam as operações em 4% por enquanto, número que pode dobrar até 14 de novembro. Em grandes centros como Atlanta, Houston, Phoenix, San Francisco e Washington, D.C., o movimento está abaixo do normal. Na capital, os atrasos chegaram a quatro horas e cerca de 17% dos voos foram cancelados.

Durante os 38 dias de paralisação, cerca de 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes de segurança continuam trabalhando sem salário. A falta crescente desses profissionais tem causado gargalos nas torres de controle e ampliado o tempo de espera para pousos e decolagens.

Entenda o motivo da crise política

O problema começou quando o Congresso não conseguiu aprovar o novo orçamento. Os democratas exigem que programas de assistência médica sejam mantidos, enquanto o governo de Donald Trump quer aprovar o texto sem essas garantias. Como o Senado precisa de 60 votos e o partido do presidente tem apenas 53, a negociação travou.


Mais de mil voos são cancelados nos EUA  (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)


Com isso, vários serviços federais ficaram sem recursos, e o setor aéreo virou um dos mais afetados. Companhias como American Airlines, Delta, United e Southwest já começaram a reduzir voos conforme orientação da FAA.

A American cancelou 220 viagens nesta sexta, atingindo cerca de 12 mil passageiros, mas informou ter conseguido realocar a maioria deles. O presidente da empresa, Robert Isom, afirmou que os cortes ainda não causam grandes prejuízos, mas o impacto deve aumentar se o impasse persistir.

A governadora de Nova York, Kathy Hochul, demonstrou preocupação com o caos nos aeroportos e publicou nas redes sociais uma imagem de painéis cheios de cancelamentos.

Enquanto isso, o secretário Sean Duffy disse que novas reduções podem ser impostas se mais controladores faltarem ao trabalho. “Eu avalio os dados. Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo”, afirmou.

O governo segue monitorando os dados do tráfego aéreo, mas a tendência é de que as restrições continuem até que o Congresso e a Casa Branca cheguem a um acordo sobre o orçamento.